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Sessão de 24 de Fevereiro de 1921

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QUADRO N.° 4 Farmácia Central e sucursais

Pessoal de resorva ou civil

Amanuenses.............. 8

Contínuos................ 4

Porteiros ................ 4

Paços do Governo dei República, 10 de Maio de 1919. — O Ministro da Guerra, António Maria Baptista.

O Sr. Alberto da Silveira: — Sr. Presidente: pedi a palavra para mandar para a Mesa uma proposta ao artigo 21.°

Sr. Presidente: preciso de justificar a proposta que acabo do mandar para a Mesa.

Sabe Y. Ex.a e a Câmara que, em mais de dez anos do República, fazendo em todo este tempo parte do Congresso, excepto no período dezembrista, nunca trouxe ao Parlamento qualquer projecto do lei ou proposta que representasse um acto ou questão pessoal. Faço-o agora, e faço-o porque entendo que o devo fazer, faço-o como republicano que sou, e faço-o ainda porque se trata de uma causa justa.

Sr. Presidente: o major farmacêutico Júlio Maria de Sousa é, como toda a Câmara sabe, uni velho republicano, ao qual a República deve assinalados serviços. (Apoiados).

Durante o tempo da propaganda, de que muitos já se não recordam, esse homem arriscou a sua situação, e, mais do que isso, perdeu uma grande parte, a quási totalidade da sua fortuna.

Com serviços desta ordem, podia ele ter reclamado da República, como outros fizeram, benefícios especiais que o habilitassem a recompor a sua fortuna. Não o fez.

Como oficial miliciano, serviu a República no Corpo Expedicionário Português, na Farmácia Central, no depósito de material.

Pela documentação que aqui tenho, verá V. Ex.a e a Câmara quais foram esses serviços e o que eles representam:

Em 1916, o então capitão farmacêutico miliciano Júlio Maria de Sousa, ingressou no depósito de material farmacêutico.

Nesse tempo não havia a farmácia central, que só mais tarde foi criada pelo Sr. Norton de Matos.

A esse depósito, instalação de relativa pequena importância, que não estava ha-

bilitado a fazer grandes fornecimentos para o exército, exigia o Ministério da Guerra um trabalho insano para se fornecerem os medicamentos às primeiras expedições de África.

Então, Júlio Maria de Sousa, capitão-farmacêutico miliciano, sacrificando a sua vida particular, dedicou-se, com uma actividade excepcional, a esse depósito, e só assim foi possível fazer acompanhar as forças do exército expedicionárias à África do material sanitário que lhes era necessário.

Mais tarde, Júlio Maria de Sousa é chamado ao serviço do Corpo Expedicionário Português, onde se conservou de-1917 a 1919 prestando serviço, apenas-com intervalo de pequenas licenças.

Seguidamente, foi nomeado para fazer parte da farmácia central, e aí desenvolveu toda a sua actividade, mostrando bem o seu feitio de organizador e de administrador, o a íarmácia central começou a. progredir.

Vem a intentona de Monsanto, e o coronel Baptista, esse homem que ainda há. dias recebeu do Parlamento a devida homenagem depois de morto, pelos seus serviços à República, esse velho republicano que acima de tudo punha a defesa da República, não encontrou oficial mais competente nem de maior confiança para colocar à frente daquele estabelecimento, novamente criado, do que foi o major Júlio Maria de Sousa, e, desde então até hoje, ele vem-no administrando com vantagens de tal ordem, que se pode afirmar,, como no projecto se diz, que não haverá, aumento de despesa com a criação de novos quadros de oficiais farmacêuticos, porquanto esse estabelecimento é dirigido-por um oficial que o fará produzir mais e melhor. Ba*sta dizer que Júlio Maria de Sousa pagou 90.000$ de dívidas que esse-estabelecimento tinha, adquiriu as matérias primas necessárias a pronto pagamento, e, no fim de Junho, ao apresentar o seu balanço, ele acusava um saldo a favor de 100.000$, depois de pagas todas-as despesas.