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Sessão de 6.'de''Maio de 192 í

ura desconhecido no nosso país, o Sr. Ministro da Agricultura tem já os seus créditos firmados, por ser pessoa de muito saber e trabalho e dedicado à causa pública, pelo que tem conquistado um lugar de destaque. S. Ex.a vai sobraçar a pasta mais difícil actualmente; peia pasta da agricultura impendem os problemas mais graves e que afectam o bem-estar da nacionalidade; é uma pasta por onde cor-rem os principais assuntos da produção nacional.

O Ministério da Agricultura tem de olhar para todos esses casos e proceder de forma que a terra portuguesa produza aquilo que tanto nos ó preciso.

Eu sei que o Sr. Ministro da Agricultura será. porventura, estranho a esses assuntos, mas também sei' que nas. circunstâncias actuais não é essencial que o Sr. Ministro da Agricultura seja urn profundo conhecedor de assuntos agrícolas e agronómicos. A pasta da Agricultura nas condições actuais, tem o serviço dos abastecimentos que é o suficiente para dar uma sobrecarga de trabalho ao Sr. Ministro da Agricultura.

Eu tive a honra de sobraçar a pasta da Agricultura justamente no momento em que os assuntos referentes a abastecimentos passavam do Ministério em que estavam, e que se extinguiu, para o Ministério da Agricultura. Os motivos que levaram o Governo a esse acto foram impostos pela opinião pública, pois todos pediam à extinção do Ministério dos Abastecimentos.

Em verdade, após a extinção desse Ministério começou a haver um pouco mais de tranquilidade na atmosfera moral do nosso' país; mas, tempos depois, inventou--se um comissariado de abastecimentos, uma invenção absolutamente infeliz, por isso que voltou a atmosfera de imoralidade, agravada com a circunstância de se ter inoculado em certas classes que deviam estar absolutamente desviadas desse péssimo micróbio.

Não sej quais são as intenções de S. Ex.a a este respeito, não sei se desejará manter o comissariado, ou se vai promover a sua modificação de modo a que ele soja um organismo, que cumpre como deve o seu mester, e não venha "trazer novas dificuldades ao país. Seja qual for a intenção de S. Ex.a, estou certo de que

estudará o assunto, e resolvô-lo há como for mais consentâneo com 03 interesses da nação.

Sr. Ministro: há muito tempo que mandei para a Mesa uma nota de interpelação acerca dos serviços externos do Ministério da Agricultura.

Mandei essa nota, mas pouco depois um dos antecessores de V. Ex.a estava demissionário.

Um outro Ministro sobraçou essa pasta, o Sr. João Gonçalves. Comuniquei--lhe que mantinha essa minha nota de interpelação. S. Ex.a deu-se por habilitado para me responder, mas manifestou-me os seus desejos de que essa interpelação se executasse depois de S. Ex.a ter percorrido toda a organização dos serviços agrónomos externos, todas as estações e postos agronómicos e zootécnicos, etc., parii poder com maior conhecimento de causa responder-me.

Efectivamente, o Sr. João Gonçalves realizou essa excursão do estudo, e quando estava quási a dar-se por habilitado, pela observação in loco, a responder à minha interpelação, S. Ex.a saiu também do Ministério da Agricultura. [^ Entra agora V. Ex.a f^Eu desde já peço a V. Ex.a que tenha também na. devida atenção a minha nota de interpelação, para que tom depressa, quanto possível, eu possa realizá-la.

Compreendo, que o assunto deve merecer o estudo de V. Ex.a; compreendo que o assunto não seja intimamente co* nhecido de V. Ex.a, e, por conseguinte, que o tenha de estudar.

Aproveito esta .ocnsião para chamar a atenção, do Sr. Ministro da Agricultura para um assunto muito importante.

Estamos no fim do ano agrícola cerealífero; uni ano que se manifesta absoluta-• mente desgraçado, em virtude das condições climatéricas e ngrológicas.

A produção ceroalífera deve ser absolutamente miserável.

O regime coroalífero do ano passado atribuiu um determinado preço para os trigos.

Se houve sempre a necessidade de o aumentar, suponho que nunca houve mais que este ano, porque a produção é, como já disse absolutamente miserável.