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Diário das Sessões do Senado

nacional de 5 de Outubro de maneira notável, conseguindo reunir no Palácio da Embaixada o melhor da nossa colónia, muitos cidadãos brasileiros de elevada categoria e todo o corpo diplomático acreditado no Rio.

O consulado, de que eu estava habituado a ouvir as mais lastimáveis referências pela sua instalação deficiente e imprópria num prédio fora do centro da cidade, fai encontrá-lo magnificamente instalado no 1.°- andar dum enorme edifício, com frente para a Avenida Central, que é a via mais movimentada do Rio, e ainda para outra avenida importante que corta aquela.

O consulado está montado com largueza, com amplitude, com todas as comodidades e, podemos dizer até, cora certo

• laxo.

Há uma grande sala destinada ao serviço de expediente, com um balcão a todo o comprimento cheio de guichets, onde com facilidade e na melhor ordem se atende a numerosa concorrência que procura o consulado.

A secretaria e gabinete do Sr. cônsul são também óptimas instalações.

O Sr. cônsul é uma figura interessante, a cujo esforço se deve a magnifica instalação do consulado com. o favor é certo, da colónia, tendo à sua frente o Sr. Visconde de Morais.

Mas o que mais importa relativamente ao nosso cônsul é a interessantíssima e patriótica conferência, que realizou na Câmara de Comércio Portuguesa sobre o porto de Lisboa, contra o qual se faz uma grande campanha de descrédito, dízendo--se que não permite a acostagem dos grandes navios.

Ora o Sr. Dr. Garrido demonstrou que não era assim, acompanhando a sua conferência com numerosas projecções dos cais, armazéns, grandes guindastes e de alguns navics acostados entie os quais o Numancia^ de cerca de 25:000 toneladas, que no nosso porto reparou uma avaria. •

Toda a assistência recebeu com aplausos o conferente, reconhecendo o alto serviço que prestou à sua pátria e a necessidade de que por todas as formas se contraponha à campanha derrotista contra o nosso porto, a propaganda do que lêe é, e vale na realidade.

No Rio de Janeiro sucedia o mesmo;

os vapores não atracavam, a Mala Real Inglesa opunha-se a que os seus navios atracassem, mas os Governos do Brasil não descansaram emquanto não forçaram as companhias de navegação a atracar os seus vapores e hoje todos atracam.

O Sr. Garrido mostrou mais com projecções, que os grandes guindastes que causam admiração de toda a gente, que existem nos grandes portos, também os temos.

Mostrou ainda que também "dispomos, no porto de Lisboa, dos grandes armazéns para tráfego, construídos segundo os modelos mais modernos, de ferro e cimento armado, mas que infelizmente estão vasios à espera das mercadorias que deviam vir do Brasil.

Posto isto, que mostra a maneira superior como nós estamos representados no Rio, passemos agora à colónia portuguesa.

Aí é que a nossa alma de portugueses vibrou de uma forma extraordinária, porque vimos que essa colónia não se limita só a trabalhar para angariar fortuna.

Em primeiro logar verificámos que uma grande parte da vide, do Rio está nas mãos dos portugueses, sendo eles que têm a hegemonia irdustrial, comercial, e. quando me refiro a isto, é sobretudo em relação às outras colónias.

Mas, há mais.

No que respeita a instrução tem escolas magníficas, um gabinete de leitura que é alguma cousa de grande que merece ser visitado, e no capítulo de assistência tem a beneficência do Rio, que é unia obra admirável que não tem. melhor na própria beneficência brasileira oficial.

Uma colónia que assim se apresenta, num país, e numa cidade que hoje tem 1.200:000 habitantes?, rivalizando vitoriosamente com a italiana, que é a que logo se lhe segue em número e com as outras que vão melhor preparadas, e com a assistência dos respectivos Governos, significa uma superioridade da nossa raça, a inteligência, faculdades de trabalho e de resistência e enorme poder de adaptação, sem prejuízo do grande amor pela sua Pátria, que jamais esquecem e antes procuram dignificá-la & todas as horas, a todos os momentos.

Muitos apoiados.