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Diário das Sessões do Senado

O Sr. Presidente (agitando a campainha) : — Deu a hora.

Vozes : — Fale! Fale!

O Orador: — Estou a expor factos que julgo convir que a Câmara os conheça.

Entre outros visitámos um estabelecimento de fundição chamada Fundição Indígena, que é alguma cousa de grande e foi instalada por portugueses, tendo estado sempre a administração entregue a portugueses. Hoje é que, por ter falecido o último português que o dirigia, ficou o filho na sua direcção, que é brasileiro por nascimento, mas que divide irmãmente a, sua alma por Portugal e Brasil. A prova disto está em que nos pediu para que fôssemos portadores duma artística coroa de bronze destinada ao Sr. Presidente do Senado, para que S. Ex.a, de acordo com o Sr. Presidente da Câmara dês Deputados, nomeasse uma deputação que a vá depor no túmulo do soldado desconhecido, na Batalha.

Essa coroa foi-nos entregue numa sessão solene realizada num teatro chamado da Eepública, a qual foi muito concorrida e interessante para a colónia portuguesa.

Nessa sessão aquele orador a que já me referi, o Sr. Xavier Pinheiro, fez um discurso que a.todos comoveu até às lágrimas.

Eis a traços largos, pois que o tempo que o Regimento me concede ó limitado, algumas impressões pessoais da minha viagem ao Brasil, terminando por agradecer à Câmara a atenção que me dispensou, até o ponto do consentir que excedesse o tempo regimental.

Apoiados.

O orador não reviu.

O Sr. Carlos Costa:—Não está presente nenhum dos membros do Governo; por isso peço a interferência do V. Ex.a para que se Taça qualquer cousa de justo no assunto, que vou tratar.

Vi ontem numa rua de Lisboa um homem muito velho, quási andrajosamente vestido, arrastando os seus oitenta e tan-nos anos. Esse homem é o Sr. João Bo-àança, que tem dedicado toda a sua vida t causa da instrução.

Parece-me que a sua situação não deve

ser muito brilhante, atendendo à forma como se apresenta.

Chamo para o caso a atenção de V, Ex.a, para que alguma cousa se faça em favor desse homem.

O Sr. Presidente: — O Sr. João Bonança ó funcionário do Congresso da República o não está na miséria.

O Sr. Júlio Ribeiro: — Sr. Presidente: desculpe-me V. Ex.a e perdoe-me a Câmara só insisto fastidiosamente no mesmo assunto; mas não estou disposto a abandoná-lo sem me convencer do que são inúteis as minhas justas reclamações, ou que o meu esforço nada vale ante o poder de s privilegiados monopolizadores dos fósforos.

Apoiados.

Tinham lançado o balão de ensaio para um novo aumento.

Como, porém, aqui protestei contra esse imoral projecto, sabendo que toda a Câmara tinha apoiado as minhas palavras, correram a desmentir a notícia. qu& só então desmentido lhes merecera, tendo-a deixado antes disto correr livremente.

A Companhia, porém, não desiste do seu plano explorador.

Não vendo ocasião propícia para o planeado aumento de preço,

Simplesmente isto:

Não satisfaz as requisições de fósforos-do 10 centavos a caixa, retirando-os assim do mercado, e vendo-se o público forçado a comprar só fósforos de luxo, que lhe custam o dobro, embora de luxo só tenham o casto, porque, mesmo estes, são de pinho e ordinaríssimos.

Apoiados.

Desde o início da exploração que essa Companhia faz o que quero e como querer sofismando a letra cio contrato de tal forma, que nunca pôs à venda ao publico-os fósforos de enxofre, tipo que pelo contrato devia haver no mercado.

Ora isto não pode continuar.