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Sessão de 16 de Janeiro de 1--J24

Isto resumindo, passando por cima de outros episódios o incidentes.

Pregimto ao Governo que hoje se apresenta ao Senado: já tomou algumas providências a este respeito?

;.Já mandou proceder a algum rigoroso inquérito?

,: Já meteu alguém nas prisões?

Apoiados.

Não se compreende que aqueles que a opinião pública indicia como réus se arvorem cm acusadores e juízos.

FJ de extranhar que aqueles que prepararam o movimento revolucionário estejam em liberdade o os que tentaram apenas executar planos governamentais estejam encarcerados o alguns som pà'o. Não, isto não faz sentido.

É de estranhar, sim, que a Declaração Ministerial comodamente se não refira a este assunto, o que pode ser tomado cemo conivência ou fraqueza moral.

Apoiados.

Terminando, quero dirigir os meus cumprimentos e saudações ao Governo, desejando sinceramente, ardentemente, patriò-ticamente, que efectivo a sua obra de normalização da vida nacional que neste momento se impõe.

Não se deixe envenenar pelos falsos lisonjeiros nem pelo coro de aduladores que têm por ofício cercar todos os Governos.

Apoiados.

Nesta observação simplista terá a certeza absoluta da proficuidade ou inutilidade da sua obra.

Se o câmbio subir e o custo da vida descer, a obra é boa, e continue, que não lhe faltarão apoios, dedicações e estímulos : mas se se der o contrário a obra é péssima, e abale imediatamente do Poder, que ninguém tem o direito de aguardar a fome. a miséria e a desgraça que já se desenrolam avassaladoramente pela linda terra portuguesa, entrando em muitos e muitos lares, onde lança horrorosas tintas de tragédia.

Disse.

Apoiados.

O Sr. Joaquim Crisóstomo : — Sr. Presidente: apesar das provas de carinho, de simpatias e cordealidade com que o Governo foi recebido, eu devo declarar com a máxima sinceridade que se depen-

desse do mim o ser votada nesta hora uma moção de desconfiança, eu não teria dúvida alguma em vota Ia.

,; Quais as razões porque eu assim procedia?

Evidentemente porque entendo que o Oovôrno não foi organizado nos princípios constitucionais que devia^ser; ainda numa hora normal da República, num momento que não fosse aquele em que nós nos encontramos, eu nenhuma dúvida teria de indicar o nome de Álvaro de Castro p ara Presidente do Ministério; dada porém a situação que atravessamos não o considero com aquele numero de qualidades o requisitos necessários para enfrentar os nossos magnos 'problemas de administração pública.

E a razão ó esta: em determinadas conjunturas a opinião geral do país requi-silou a vinda do Sr. Afonso Costa a Lisboa para organizar um Ministério Nacional. Era a suprema aspiração,-'e pena foi que o Sr. Afonso Costa, por circunstâncias especiais, não pudesse desempenhar essa nlt- missão que lhe foi confiada,

Apoiados.

Mas a vordade ó esta: ó que o Sr. Álvaro de Castro não pode ter a veleidade de pretender ocupar um lugar que estava reservado e que só poderia sor exercido proficientemente pelo Sr. Afonso Costa.

Eu reconhnço no Sr. Álvaro de Castro um homem inteligente, um belo carácter, mas não lhe reconheço competência para desempenhar as funções de Presidente do Ministério.

Não apoiados.

Se dependesse da minha pessoa a indicação de um homem público para Presidente do Ministério numa ocasião destas, eu não indicaria o Sr. Álvaro de Castrp para tal missão, mas sim indicaria o nome de um homem que tivesse a competência devida, como fosse por exemplo o Sr. Bernardino Machado.

O úuico homem depois do Sr. Afonso Costa, em quem nesta hora se reconhece predicados para administrar o país, é o Sr. Dr Álvaro*de Castro!