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tíessflo de 18 de Janeiro de 1924

Há três dias que o" Minist ro das Finanças pronuncia estas palavras continuamente, sentado à sua mesa. •

D,i-lo com uma convicção absoluta, e quere comunicar essa fé a todos os portugueses, mas o que é verdade é que quá-si todos lutam contra o seu País. O Governo não joga em câmbios, A única cartada que joga é para o futuro e progresso de Portugal.

No tempo em que se discutia se o método de João de Deus devia ou não entrar em vigor e se discutia muito as vantagens desse método, que a Câmara naturalmente conhece, havia um contendor que discutia a vantagem de aprender começando por ler logo um livro, porque, dizia ele, era absurdo começar a aprender letra por letra.

Ora é o mesmo que exige o Governo do Sr. Vitorino Guimarães. Não quere que os homens que ocupam hoje o Poder comecem por economias de 200:000$; há-de ser tudo de uma vez.

E como, infelizmente, estes homens são humanos, são uma vulgaridade de homens de trabalho, evidentemente que eles não podem realizar essa obra tam radical.

Têm que ir diariamente colhendo as necessárias informações, para levarem a cabo essa obra que, infelizmente, ó longa.

Unia afirmação posso eu fazer: ó que o Governo, tendo iniciado uma política útil e necessária, marcou um caminho que jamais poderá deixar de ser trilhado por qualquer outro.

Apoiados.

Mesmo que o Governo saísse hoje das cadeiras do Poder, já tinha realizado uma obra que marca.

Ele sabe que o caminho que traçou é aquele que terão de seguir todos os Governos que se lhe sucederem.

Hoje já se não pode fazer outra cousa!

Não quero cansar mais a atenção da Camará.

Em breve aqui voltarei a pedir a todos os Srs. Senadores que secundem a acção do Governo, como, porventura, a secundará a Câmara dos Deputados, para fazermos a única cousa útil neste momento ...

O Sr. Querubim Guimarães: — jA aprovação da lei do selo.

O Orador: — Nem mais, nem menos. A não ser ser que S. Ex.a. no seu gabinete de estudos financeiros, descubra qualquer outra cousa melhor.

O Sr. D. Tomás de Vilhena:--Mesmo que nós a descubramos, não a entregamos a V. Ex.ai

•O Orador:—O Governo entendo necessário, e aí porá toda a sua acção, arranjar elementos de vida para o Estado, e esses elementos só se obtém com contribuições, pois que é absolutamente injusta a situação em que Portugal se encontra nesse sentido, visto que os tributos estão muito baixos.

Apoiados.

Quando se atente em que a contribuição predial rendia 4:000 contos em 1914, é absolutamente absurdo que ela não chegue actualmente a 21:000 contos.

Apoiados.

É absurdo que o imposto sobre transacções de l por cento, lançado sobre todas as importâncias negociadas, renda apenas 13:000 contos.

É, pois, necessário ir buscar receita que se hâ-de obter actualizando os impostos em vigor e criando, se tanto for mester, os impostos sobre os ricos.

Muitos apoiados,

O Sr. Querubim Guimarães:—Não tenho receio algum desses impostos!

O Orador: — Tudo isso se fará, mas o que o Governo não deseja é realizar uma obra precipitada, e por isso precisa que o Parlamento lhe aprove as medidas de impostos que julgue inteiramente necessários apresentar ao Parlamento.

Posso garantir que, se o Parlamento votar ròpidamente os meios financeiros que o Estado carece, o câmbio melhorará e a carestia da vida poderá então demi-nuir.