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Diário dag Sessões do Senado

Pátria a especulação que ultimamente se tem feito com o câmbio.

Para isso está o Govôrno «l-cidido a tomar todas as providências >]ue forem necessárias, e é preciso que o Parlamento esteja também, a seu lado.

Tenho dito.

O orador não reviu.

O Sr. Ministro das Colónias ,'Mar-ano Martins i: — Sr. Presidente: pedi a palavra a fim de mandar para a Mesa uma proposta para nomeação do govoriiíilor da província da Guiné.

~Foi admitida. » lii a ,iegu!nie;

Proposta n.° 572

Nos termos do artigo 25.° da Constituição Política da República Portuguesa, tenho a honra de propor para Governador da Província da Guiné o tonente-co-ronol de infantaria, Jorge "-Frederico Veloz Caroro, antigo Governador da mesma Colónia.

Sala das Sessões do Senado, o m 18 de Janeiro de 1924.—O Ministro das Colónias, Maria)>o Martins.

Aprovada.

O Sr. Querubim Guimarães:—rir. Presidente : pedi a palavra porque há pouco o Sr. Presidente do Ministério teve a amabilidade de se referir à minha pessoa e não foi sem dúvida nenhuma pela minha pessoa, foi corn certeza pela situação que represento aqui, pela minha tristíssima qualidade de adversário do regime.

Mas S. Ex,.a veio em meu auxílio porque foi S. Ex.a que afirmando os seus propósitos de enveredar por um outro caminho confessou que a obra da Eepública tem sido má, que a sua administração tem sido de delapidadores e que os sons efeitos, que S. Ex.a apresentou, são a prova provada de todas as afirmações que vínhamos fazendo.

Propõe-se S. Ex.a pôr um travão nisto tudo. Não me parece, porém, que S. Ex.a tenha aquela energia e qualidades que eram precisas para resolver o problema como S. Ex.a propõe resolver.

O Sr. Presidente do Ministério disse que a única fórmula que há de equilibrar ouçamentos é aumentar receitas o demi-"uú:1 desspesafe.

Sr. Presidente: indubitavelmente que assim é no que diz respeito à deminuição de despesas e no tocante a aumento de receitas, mas tudo tem limites e sobretudo no que se refere a aumento de receitas.

S, Ex.a citou vários países querendo demonstrar que assim, por esses processos, esses países tinham aumentado os seus orçamentos, mas esqueceu de citar que a AustriaNnão seguiu esse caminho.

A Áustria encontrou da parte dos aliados todas as facilidades, aquele empréstimo que fez valorizar a coroa que estava numa situação muito lastimável, muito pior do que o marco.

Sr. Presidente: seria bom que a política financeira da República tivesse desde há muito enveredado pelo caminho que se propõe seguir hoje o Sr. Presidente do Ministério.

Há muito tempo que devia ter acabado esse manancial, da circulação fiduciária e S. Ex.a o Sr. Álvaro de Castro, como republicano que ó, e tendo assento na Câmara dos Deputados, apesar de todo o sou prestígio dentro da República não conseguiu evitar esses contínuos desastres.

E nós estamos a braços com 1.400:000 contos de circulação fiduciária.

Nada o País tem lucrado com a ida dos embaixadores e delegações ao estrangeiro onde os problemas económicos são largamente discutidos e apreciados, por culpa da atmosfera que se respira era Portugal e da impotência dos governantes republicanos, que não puderam, até hoje, fazer qualquer cousa de bom.

Se de antemão tivesse havido uma rigorosa administração, uma parcimoniosa aplicação dos dinheiros; públicos, certamente os Governos poderiam contar corn o que se chama a confiança, sem o que não há tentativas de empréstimos internos ou externos que possam vingar.

Sr. Presidente: perante esta avalanche de notas, perante uma dívida que sobe talvez a uns 4.000:000 de contos, perante uni déficit que não é com certeza o que nos apresanta o Orçamento, é que o Sr. Álvaro de Castro se julga possuído de todas as virtudes para resolver o problema rapidamente.