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Diário das Sessões do Senado

Como republicano, como parlamentar e membro desta Câmara, proponho que fique exarado na acta um voto de sentimento, como homenagem àqueles qao defenderam as instituições republicanas.

O orador não reviu.

O Sr. Augusto de Vasconcelos: — Sr. Presidente : pedi a palavra para me as&ociar ao voto proposto pelo ilustre Senador Sr. Ribeiro de Melo.

A vitória de Monsanto é daquelas do que se pode orgulhar o povo republicano. Veio ela demonstrar quo sejam quais forem as divergências que nos separem mi política interna, quando se trata de deter.der o ideal pelo qual todos nos batemos, quando se trata da defesa dôsso ideal, estamos todos juntos e unidos, prontos a toda a espécie de combate.

Sr. Presidente: associo-me, portanto, e gostosamente a esse voto, propondo em aditamento que esse voto seja extensivo a todos aqueles quo ali combateram, embora não fossem republicanos.

O orador não reviu.

O Sr. Mendes dos Reis:—Também me associo ao voto proposto pelo Sr. Ribeiro de Melo. Permita-se-me alargar, esse voto, não só para aqueles qne perderam & vida em Monsanto, mas para os que perderam a vida em todo o País, porque em todo o País nessa época se combateu pela República.

O oradcr não reviu.

O Sr. Dias de Andrade:—Sr. Presidente: a jornada de Monsanto é na verdade uma jornada histórica.

No dia 24 de Janeiro de 1919 bateram--se em Monsanto republicanos e monárquicos pela defesa das suas bandeiras, o que equivale a dizer pela defesa dos seus ideais políticos. Para uns e para outros vão neste momento as saudações da minoria católica, com os votos mais ardentes, porque nesta hora tremenda de incerteza que atravessamos retinamos todos, acima dos ideais políticos, o ideal supremo da Pátria, amando-a e servindo-a, como amaram e serviram os nossos antepassados, com a maior dedicação e patriotismo.

O orador não reviu.

O Sr. Oriol Pena: — Sr. Presidente: associo-me também aos votos de sentimento pelo desaparecimento daqueles queT cumprindo o que julgavam ser o seu dever, perderam a vida em 24 de Janeiro de há cinco anos a esta parte.

Levantou esta questão o meu prezado e simpático colega Sr. Ribeiro de Melo, e tenho a mágoa de dizer que ouvi S. Ex.a falar com a sua paixão política e não com o seu coração, que é muito diferente. S. Ex,.% com certeza, uo íntimo do seu. peito, não diferençava entre as cores políticas dos que ali combateram e sucumbiram, com toda a coragem, pelos seus ideais.

Não posso esquecer que, entre as pessoas que nesse dia caíram, algumas estavam encimadas pela bandeira azul e branca; era por essa que se batiam. Os outros defendiam o seu ideal, debaixo doutros pontos de vista, mas todos eram portugueses, e nunca devemos esquecer portugueses que morrem no cumprimento do que julgam ser o seu dever.

Esse ponto geral foi tocado —com muito prazer o ouvi— pelo meu ilustre colega, antigo e prezado amigo, Sr. Augusto de Vanconcelos, republicano de sempre, de muito antes da implantíição da República, não perdendo nunca de vista o facto de serem portugueses todos os que sucumbiram.

Na mesma ordem de ideas falou o Sr. cónego Dias do Andrade, muito bem, como sempre, com aquela sobriedade e elegância com que estamos costumados a ouvi-lo pronunciar-se sobre os assuntos que versa.

Do mesmo modo, o meu prezado colega Sr. Mendes dos Reis — se não ouvi mal — procurou generalizar também, dizendo associar-se, referindo-se a todos aqueles que tinham combatido na defesa dos seus ideais. Só mo não ongano, é caso para lhe apresentar os meus agradecimentos por o \er de acordo com a minha maneira de sentir.

Sobre este acontecimento que enlutou todas as variedades de fé política dos portugueses, disso o que tinha a dizer.