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Sessão de 25 de Janeiro de 1924

Podia, por isso, dispensar-me de usar da palavra neste momento; mas, em primeiro lugar, desejo acentuar que, tendo sido o mais novo do Senado, o Sr. Eibeiro de Melo, quem levantou este assunto, eu, como mais velho, me compete também ligar-me a ele, para que, assim, novos e velhos se enlacem na mesma idea.

Há, porém, um ponto qne desejo salientar, que se deu nesse dia, e que presenciei—o alistamento espontâneo de todo o povo de Lisboa no Campo Pequeno para se ir bater em Monsanto. Foi uma cousa brilhante esse movimento, que tive ocasião de presenciar. Vi-os depois desfilar pelas ruas da Baixa em direcção ao campo de batalha.

Essa espontaneidade do povo de Lisboa alistando-se para esse fim mostrou bem como ele está sempre pronto a defender os ideais republicanos.

E como os vencedores devem ser generosos para com os vencidos, não tenho dúvida alguma em me associar, em generalizar os nossos sentimentos pelos que morreram. Tanto monárquicos como republicanos bateram-se nesse dia.

Venceram os republicanos, glória aos vencedores.

Morreram monárquicos, glória aos vencidos.

Vozes: — Muito bem, muito bem.

O Sr. Joaquim Crisóstomo: — Sr. Presidente: em meu nome pessoal associo-me ao voto de sentimento proposto pelo Sr. Ribeiro de Melo.

O Sr. Presidente: — Em vista da mani-

-' festação da Câmara, considero aprovado

o voto de sentimento do Sr. Eibeiro de

Melo com o aditamento do Sr. Augusto

de Vasconcelos.

O Sr. Roberto Baptista (para um requerimento):— Sr. Presidente: rogo a V. Ex.a que se digne consultar a Câmara se consente que entre em. discussão na sessão de hoje, imediatamente, a proposta de lei n.° 565 (extinção do Tribunal Mixto da guerra e Marinha), que está ao abrigo do § 1.° do artigo 89.° do Regimento.

Foi aprovado. . °

*O Sr. Joaquim Crisóstomo: — Sr. Presidente : mais uma vez me refiro aqui à urgência de ser aprovado o contrato provisório entre o Governo e a Western Union, para a amarração de um cabo submarino no Faial.

Pelo relato dos jornais, tenho conhecimento que ontem a Câmara dos Srs. Deputados aprovo.u definitivamente esse contrato.

É justo^ e impõe-se-me registar os altos serviços prestados pelo Sr. Barros Queiroz, que pôs ao serviço dessa causa todo o seu prestígio e inteligência:

"'Não menos justo é salientar a parte activa que tomaram na questão os Srs. Deputados Costa Amorim e Alfredo e Sousa, ambos membros da comissão de legislação, o último redactor, que contrapôs argumentos poderosos na discussão com outros Deputados, e conseguiram convencer a Câmara da urgência de aprovar aquele diploma legislativo.

Além disso aproveito este ensejo para felicitar os povos da Horta por verem satisfeita uma das suas maiores aspirações. O orador não reviu.

O Sr. Júlio Ribeiro: — Sr. Presidente: lamento não estar presente nenhum Sr. Ministro . . . (Muitos apoiados das bancadas nacionalistas e monárquicas) para fazer largas considerações, acerca da questão cambial; mas como Dão está presente nenhum Ministro, direi só à Câmara que o câmbio continua a agravar-se.

Ontem ficou a libra a 140$!

E continuando a agravar-se o câmbio, contínua a subir o custo da vida, que já é um horror.

E profundamente lamentável que não se tomem medidas enérgicas, no sentido de evitar esta especulação, que é de tal fornia, que já não acredito que, sejam quais forem as medidas que o Governo adopte, quando se chegarem a efectivar não sejam perfeitamente nulas em virtude da ameaça da carestia da vida, e da descida contínua do câmbio.

Sr. Presidente: é indispensável que -o Governo tome medidas .enérgicas para que estes abusos acabem.