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Diário dat Setsôet ao Senado

que os armadores não querem aceitar tirocinantes ; ó, pois, justo que o Governo concorra para a preparação desses íutu-ros marinheiros. Que se reserve para esse efeito esse navio estou de acOrdo, mas os outros dois, não.

A marinha portuguesa adquiriu em 1876 dois transportes, que há uns vinte anos fizeram correr rios de tinta e milhares de argumentos para serein condenados. Era o espírito de imitação do que se fazia noutras marinhas. Mais tarde a França e a Inglaterra voltaram ao emprego de transportes cê guerra; em relação à Inglaterra, não admira tal resolução, visto esse país ter colónias por todas as partes do mundo, necessitando transportar cuási •constantemecte forças militare-s, e daí a justificação dos transportes de guerra; mas todas as outras marinhas resolveram, como medida económica, acabar coin es transportes próprios da marinha de guerra e recorrerem aos serviços da marinha mercante.

•Pregunto: ^ quais são os navios que o Governo vai reservar para êsso serviço^'? Se são os melhores, é em prejuízo da Fazenda Nacional, porque deixam de render uma avultada quantia. ^E o que pretende o Governo fazer com esses uois navios ?

jfÉ uma nova função dos Transportes Marítimos do Estado?

O Sr. Joaquim Crisóstomo (interrompendo) : — Só se for para a fiscalização da pesca.

O Orador: —Para a fiscalização da pesca não servem navios de 2:000 toneladas de deslocamento.

A última axperiência com transportes de guerra deixou-nos péssimas impressões-

Se a Câmara alguma dúvida tiver, eu posso facultar-lhe o último relatório sobre o Pedro Xvnes.

Em relação a economia, posso dizer que numa época em que uma viagem para a China custava quatrocentos e tal escudos por qualquer linha de navegação, custava quatro mil e tal escudos num transporte de guerra, cê forma que não acáo motivo, nem vejo argumentos para que a marinha de guerra fique com esses navios.

Diz-se que há conveniência em esses

navios prestarem assistência aos pé s cado rés de bacalhau, especialmente sob a forma de assistência médica.

Se é necessária essa assistência, então é preferível que o Estado pague a um médico para cada grupo de navios de pesca, o que custa rauito menos do que mandar para lá um n*vio.

O Sr. Ramos de Miranda (para um requerimento):— Eu peço a V. Ex.a para consultar a Câmara se consente que seja prorrogada a sessão até se votar este projecto.

Posto à votação, é aprovado.

O Sr. Medeiros Franco: — Ontem, quando se discutia esta proposta na sessão plena, tive ocasião de mandar para a j^lesa uma proposta de substituição do artigo 9.°, e argumentei que, conforme o artigo está redigido, dá-se ao Governo uma ordem imperativa:: «oGoverno reservará» ; qiiere dizer, votado este artigo como está redigido, o navio tem de ser colocado no-Tejo a apodrecer.

Entendo que se deve substituir esta ordem imperativa por uma facultativa, que é, ern vez de «o Governo reservará», «o Governo poderá», podendo dar-se o contra-senso de se fazerem viagens à vela em navios a vapor. . .

Tive ocasião de dizer isso aqui, mas a, Secção entendeu que isso não merecia menção especial.

Acabo de ouvir a palavra autorizada do oficial distintíssimo da armada que ó o Sr. Carlos Costa. S. Ex.a também enviou uma proposta de substituição deste artigo que visa ao mesmo fim.

Eu quero chamar a atenção da Câmara para esta proposta, porque, pelo facto de a Secção rejeitar as propostas, não-quere dizer que é esse o voto, que a Câmar/v deve segiir.

A proposta do Sr. Carlos Costa, por exemplo, tem em vista unicamente os interesses do Estado.

O Sr. Carlos Costa : — Sr. Presidente : requeiro a prioridade na votação para a minha proposta.

Foi aprovado.