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Sessão de l de Abril de 1924

alta finança, pontifica na Companhia Geral de Cal e Cimento, de uma tal maneira que S. Ex.a chega a agir com essa companhia e todas" as outras indústrias das quais é dirigente ou accionista para o contínuo roubo a que tem estado exposto o cofre geral da nação.

Outro nome que faz parte da lista dos administradores delegados é o do Sr. Baptista Coelho, que não ó outra pessoa senão aquela que dirige também o sindicato da Carris ou seja mais um monopólio do Estado.

Estes dois senhores são, a meu ver, os principais responsáveis pela maneira como se têm retirado dos cofres do Estado os impostos e contribuições de indústria a que aquela companhia era obrigada pelos largos lucros alcançados durante as gerências da Companhia Geral de Cal e Cimentos.

E para & falta da devida fiscalização que eu chamaria a atenção do Sr. Ministro das Finanças.

Aquela companhia tem-se servido de processos que não condizem com a seriedade que devia presidir aos seus actos.

Aparte os corpos gerentes da Companhia Geral de Cal e Cimentos serem constituídos por pessoas que nenhuma simpatia têm pelo nosso actual regime político, ao qual jamais deram a sua adesão, devo dizer como se procede nessa companhia de modo a defraudar o Estado na parte de dinheiro que lhe cabe pelos elevados lucros que ali se obtêm.

O seu contabilista apresentou um balanço em que se acusava um lucro de 800 e tantos contos.

Os administradores da companhia e os corpos gerentes acharam esses lucros avultados e determinaram que fosse feito novo balanço que acusasse uma importância menor.

O contabilista, que ó um funcionário pago pela companhia, fez novo balanço que acusava um lucro de 600 contos.

Não ficaram satisfeitos ainda os administradores e pediram ao contabilista para fazer ainda outro balanço. Este, obrigado a isso, apresentou novo balanço em que se acusava um lucro de 300 contos. ^

Ainda é muito, Sr. Presidente, e cento e tantos contos são distribuídos aos corpos gerentes.

como se faz este jogo malabar

de uma escrita dentro de uma. sociedade de tal natureza?

Faz-se devido a toda a espécie de violências sobre os funcionários seus dependentes ; faz-se de modo a roubar o Estado, tirando-lhe as receitas fiscais que lha cabem.

Não e não se podia fazer, porque se deixaram todos os documentos comprovativos dos números. O primeiro balancete acusa os números que eu citei à Câmara; os outros balancetes também impressos a todos documentados no dossier que e-possuo da Companhia de Cal e Cimento. Mas como estas companhias costumam estar sempre bem com o Estado em matéria fiscal...

O Sr. Presidente (agitando a campainha)-. —Deu a hora.

Seria melhor talvez V. Ex.a mandar para a Mesa uma nota de interpelação, porque com um quarto de hora será impossível tratar assim dos assuntos.

O Orador: — Se fosse, Sr. Presidente, a mandar para a Mesa tantas notas aã interpelação quantos são os assuntos quo tenho a tratar pelas diversas pastas, nunca, mais acabaria.

Os muitos «poucos D-farão muito.

O Sr. Presidente: — O Sr. Augusto de Vasconcelos pediu a palavra para um ae-gócio urgente. O negócio urgente que S. Ex-.a deseja tratar é o reservar-se a primeira meia hora do tempo destinado â ordem do dia, para discussão das emendas introduzidas pelas Secções aos diferentes projectos.

Eu vou consultar o Senado sobre sã considera o assunto urgente.

Consultado o Senado, resolveu afirmativamente.

O Sr. Augusto de Vasconcelos: — Sr. Presidente: p ouças, palavras precisarei dizer.

Aceitando o Senado o meu alvitre, mais rapidamente se irá discutindo toda a imensa ordem do dia qoe temos na nossa frente.