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Sessão.de 9 de Abril de 1924

O Sr. Presidente: — Tendo que retirar, para tomar parte numa festa de homenagem à nossa marinha de guerra, não quero, no emtanto, fazê-lo sem saudar o exército português. . "

Como soldado velho que sou e tendo uma pequeníssima glória no esforço despendido por ter contribuído para que a esse exército não faltasse o necessário material, mio posso deixar de me manifestar no dia de hoje.

Saúdo, por conseguinte, o exército português, no qual a Pátria pode confiar em absoluto.

O soldado português, por mais que tenham procurado levá-lo à indisciplina, obedece sempre aos seus chefes e ó capaz dos grandes feitos de que já deu provas quando bem comandado. Não podia, portanto, - deixar de -prestar a minha homenagem às suas virtudes, que são, de facto, as do povo português.

Muitos e repetidos apoiados. '

Vozes : — Muito bem. •

O Sr. Procópio de Freitas:—Sr. Presidente : é sempre - com grande comoção que leio as páginas dá nossa história onde vêm relatados os feitos mais brilhantes e heróicos dos nossos antepassados. Mas ó ao mesmo tempo com muita tristeza que vejo o abandono a que há muitos -anos se tem votado tudo quanto diz respeito à defesa% nacional — e foi nesse estado de abandono, sem material naval e de terra, que nós nos vimos envolvidos-nessa tremenda luta que, durante quatro longos anos, ensanguentou a humanidade.

Pois apesar disso, Sr. Presidente, apesar da falta de material, tanto naval, como de terra, fizemos do pouco muito, cumprindo o nosso dovcr.

No mar, Sr. Presidente, armando pequenos barcos de pesca -e aproveitando o mais • possível os. velhos-' navios, nunca deixámos de cumprir o nosso dever, "patrulhando a nossa costa c dando assistência à marinha mercante sempre que foi necessária.

Em terra fez-se também tudo o 'que humanamente ípi possível fazer, mandando à França e à África o maior número possível de militares.

Essa guerra, Sr. Presidente, tomou um aspecto ' absolutamente diverso daquele

que todos esperavam que tomasse, porque todos supunham que fosse resolvida em breves dias em .formidáveis batalhas, quando afinal se transformou numa guerra debaixo da terra, no ar e ;por debaixo do mar, empregando-sê todos os meios, os mais extraordinários, para exterminar o inimigo;

Pois, apesar disso tudo, apesar de os nossos marinheiros e--soldados não estarem instruídos para uma guerra desta .natureza, a verdade ó que cumpriram honradamente e em toda a parte com o seu dever.

No mar, tivemos o combato cm que Carvalho Araújo e os seus marinheiros se portaram valentemente; em terra, aquela data que ficou marcada na intervenção da guerra, é a data do 9 de Abril, em que o inimigo, com numerosos e poderosos canhões, varreu todos os campos da- batalha, tendo-se manifestado nessa ocasião -actos de verdadeiro heroísmo, actos que mostraram ao mundo inteiro do que é capaz -ainda de fazer a. raça portu-guesa. ' '

Para terminar, c como se trata da comemoração da data gloriosa de 9 de Abril, direi apenas deste meu lugar: glória aos mortos do 9 de Abril.

O Sr. Dias de Andrade: — Sr. Presidente: é com o maior entusiasmo e sentida comoção que me associo às considerações feitas pelos ilustres Senadores Srs. Catauho de Meneses e Augusto de Vasconcelos nesta comemoração do 9 de Abril. '

Esta data está indelevelmente gravada na história da nacionalidade portuguesa, foi gravada pelo sangue de muitos e pelo heroísmo de todos.-

Nesse dia, e durante toda a Grande Guerra, revelaram todos os soldados portugueses, recordaram e renovaram as grandes energias e virtudes desta raça gloriosa, que praticou tam grandes feitos que deslumbraram o mundo inteiro.