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Diário das Sessões do Senado

os que conhecem um pouco a História, que a nossa nacionalidade saberá vencer essas crises e triunfar, como lom triunfado em outras mais difíceis, e que saberá entregar os destinos da Pátria àqueles que, quando lhe cortem o braço em que empunham o símbolo da Pátria, o tomem no outro braço, o quando lhe cortem os dois, o suportem nos dentes. E o exemplo do Duarte de Almeida.

O sangue do povo que correu glorioso no 9 do Abril nas planícies da Flandres, ó o mesmo sangue de Martini Moniz quo morria crivado de lançadas para que os seus compatriotas pudessem tomar os castelos desta formosíssima cidade.

E o mesmo sangue que espirrou e que salpicou as muralhas de Muzagão e do Ceuta e que foi depois assontar arraiais nas nossas possessões da índia, defendendo as cidades de Dio e de Damão.

Muitos apoiados.

Sr. Presidente : é esse sangue que corre por aí fora, umas vezes dentro do País, outras vezes nas conquistas, e tanlas vezes,—como agora sucedeu na Flandres,— levados apenas por um desejo de manter bem alto o estandarte da glória.

Quando fomos até aos confins da Rússia através das guerras de Napoleão, foi esse sangue também que sustentou a glória, esse sangue que se derrama pela necessidade, pela glória, pela redenção dos põcados da política.

E por isso que eu me associo hoje de todo o meu coração a esta homenagem, porque ela, representando um preito à nossa nacionalidade, é feita na pessoa de um humilde, de um desconhecido, 011 antes, lia sua glória.

As minhas saudações comovidas a tocos ôsses heróis que desapareceram para sempre, que na"o são, nem podem ser desconhecidos, porque se têm esse nome, suo de facto bem conhecidos, são a imagem de todo* o soldado português, de mar e terra, que eu neste momento saúdo comovidamente.

Vozes: — Muito bem, muito o em. O orador não reviu.

O Sr. Ministro das Colónias (Mariíino Martins): — Sr. Presidente: a batalha de hl Lys, iniciada no dia 9 de Abril de 1918, não terminou com a vitória das ar-

nias portuguesas, vitória no termo clássico, desbaratamento dos adversários.

No emtanto, os feitos cometidos pelo soldado português na batalha de Ia Lys foram de tal maneira grandes, que eles foram gravar mais um dos fastos gloriosos das armas portuguesas.

O 9 de Abril é uma das datas mais gloriosas para o exército português, porque durante muito tempo, a não ser nas guerrrs de África, os portugueses não tinham entrado nurn campo de batalha tam grande e tain vasto.

A princípio os alemães mandavam-lhe prospectos dando-lhe notícias do País, algumas verdadeiras, outras falsas, com o intuito de os desmoralizar.

E os alemães, apesar de considerarem aquelo lado por onde começaram o ataque o mais fraco, lançaram sobre uma divisão portuguesa quatro divisões alemãs de tropa escolhida e nunca julgaram encontrar a resistência que se lhes deparou pelo lado dos portugueses.

A nossa resistência chegou ao ponto de as linhas portuguesas, tanto do lado direito, como do lado esquerdo, ficarem completarnento desamparadas porque os soldados ingleses fugiram. E no emtanto os portugueses continuaram combatendo brilhantemente.

Nessa dia, muitos soldados portugueses caíram para sempre no campo da batalha.

O Governo curva-se reverentemente perante a memória daqueles que morreram pela Pátria, e associa-se assim à comemoração que o Senado acaba de fazer.

Vozes: — Muito bein. Muito bem. O orador não reviu.

O Sr. Pereira Osório:—Há dias, estando presente o Sr. Ministro da Marinha, já contei este caso, mas conto-o agora a V. Ex.a porque ele é muito importante.

Há três anos partiu para a nossa índia um Funcionário duma das repartições de contabilidade do Ministério das Finanças, em comissão do Ministério das Colónias para liquidar os bens dos alemães.