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Diário das Sessões do Senado

trevista concedida pelo Sr. General Gomes da Costa, em que se fazem as acusações mais graves ao Ministério das Co-iónias e ao pessoal superior desse Ministério.

O Sr. General Gomes da Costa, tendo Ido ao Oriente numa missão de inspecção aos serviços militares, declarou no jornal em questão que não fazia nenhum relatório dessa viagem do inspecção, porque o pessoal superior do Ministério das Colónias, alem de incompetente, é venal. Cita mesmo o lacto de que, assim como um cego não toca sem que lhe paguem, também esse pessoal não presta serviços sem que o gratifiquem convenientemente.

. Creio que o Sr. Ministro das Colónias, ao serviço do qual se encontra o Sr. Gomes da Costa, não deixará de chamá-lo a fim de elo dar as devidas .explicações, concluindo por lhe aplicar a pena que ele merece.

O Sr. Ernesto Navarro:— O- Sr. Ministro das Colónias mandou instaurar processo disciplinar e participou o ao delegado do Ministério Público.

O Orador: — Essa explicação deve ser dada pelo Governo.

Vou referir-me agora ao Sr. Ministro dos Negócios Estrangeiros, aproveitando o ensejo de S. Ex.a estar presente, porque só excepcionalmente comparece às sessões do Seriado.

Tendo sido anunciadas várias interpelações a S. Ex.a, uma pelo Sr. Ribeiro de Melo, outra pelo Sr. José Pontes e outra pelo Sr. Ferraz Chaves, S. Ex.a nunca se deu por habilitado a responder. É a primeira vez que se vê isto. Os assuntos sobre que se deseja interpelar o Ministro são elementares e tanto que. S. Ex.a decerto se poderia dar prontamente por habilitado. Não posso interpretar o procedimento de S. Ex.a senão por uma falta de atenção para com os meus colegas da qual eu compartilho.

Era de toda a conveniência quo o Sr. Ministro dos Negócios Estrangeiros viesse dar explicações as Senado acerca do convénio entre Portugal c a França.

O Sr. Ministro do Comércio (Nuno Simões) : —- Ouvi com muita atenção as declarações do Sr. Joaquim Crisóstomo, e

transmiti-las hei ao Sr. Ministro das Colónias, e tenho a certeza que o Governo não deixará de proceder com energia.

O Sr. Ministro dos Estrangeiros (Domingos Pereira): — Para responder ao Sr. Joaquim Crisóstomo, não quero de modo nenhum envergar a couraça que S. Ex.a envergou para me atacar, com a violência de que o Senado foi testemunha.

Restai-mo estar revestido do meu habitual fato feito em qualquer alfaiate modesto.

S. Ex..a começou por censurar por não ser assíduo às sessões.

Não tenho senão de me queixar da falta de memória de S. Ex.a ou então da falta de consideração por mim.

Não me magoa, porque isso me pode mostrar o não reparar na minha presença, quando eu tenho dado entrada na sala.

Tenho feito esforços para estar mais vezos presente; algumas vezes tenho chegado quando se entrou na ordem do dia, e vendo que não se trata de assuntos que me dizem respeito evidentemente me retiro para ir para outro lado onde os meus serviços são precisos.

Outras vozes aqui venho antes de se encerríT a sessão, para atender às reclamações dos Srs. Senadores, a quem tenho sempre prazer em ouvir.

Não podo ninguém, sabendo o meu feitio, dizer que ou tenho monos consideração pelo Senado.

Concretizou o Sr. Joaquim Crisóstomo as suas censuras à minha pessoa dizendo que três notas do interpolação me foram dirigidas sem quo eu mo tenha dado por habilitado a responder.

Citou uma nota de interpelação do Sr. Ribeiro do Melo dirigida numa época a um Ministro quo não era eu.

Era ontão Ministro o Sr. Barbosa de Magalhães.

Nem S. Ex.a nem ou procederíamos com monos correcção para com o Sr. Ribeiro de Melo, que de resto parece que desistiu da sua nota do interpelação, porque doutro modo tê-la-ia renovado.

O Sr. Barbosa do Magalhães não me transmitiu essas notas de interpelação, nem era obrigado a fazê-lo.