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Diário da» SetêSes ao Senado

nistraçuo, que até aí nenhum dos seus membros "tinha querido executar.

Veja V. Ex.a, Sr. Presidente, corno Cste horrível caso, que era o que mais fà-cilmente se prestava* à especulação, que era o que ao espírito simplista de muitos podia criar más vontades ao Ministro c'o Comércio, não dá motivos para tal.

Pregunto. pois, aos mais austeros republicanos se eu, de qualquer maneira, prevaricas:, se eu, dó qualquer í erma, excedi íis minhas funções, se eu, de qualquer maneira, pratiquei algum acto quo significasse desrespeito às instituições vigentes.

Eu voa ler à Câmara o final da representação, ou, para melhor dizer, do protesto do Conselho de Administração dos Caminhes de Ferro do Estado.

Leu.

óQaem me diz a niim que eu ofendi as instituições republicanas?

Dizem-no alguns republicanos, uns com folhas de serviços indiscutíveis e outros sem essas folhas de serviço, e ainda alguns monárquicos. São esses que se indignam com a minha falta de atenção pelas instituições vigentes.

Pode a minha falta de respeito palas instituições vigentes ser-mo imputada, mas o que é duro é que o soja por pessoas que não são afectas ao regime.

Sr. Presidente : a questão das oficinas é realmente do molde a merecer a atenção do Senado, pois quo pode parecer que eu prejudiquei, de qualquer modo, com a minha deliberação, os interesses do Estado. Pois eu vou demonstrar que não prejudiquei.

O Sr. Ernesto Navarro foi nomeado para o caminho de ferr» em 20 de Junho de 1923; pois só em l de Março ds 19M o director dos caminhos de ferro do Sul e Sueste, o engenheiro Sr. Avelar Ruas, dizia:

Leu.

• Nesta altura os organismos do Barreiro vieram representar ao Governo, inclusivamente os do partido do Sr. Ernesto Navarro, dizendo que se tinha gasto muito dinheiro, o que efectivamente não era de aceitar aquela transferência.

Por outro lado, um jornal, órgão do Partido Nacionalista, num determinado momento, publicou uma notícia alarmante,, que chamou a atenção do muita gente,

Dizia o seguinte :

Leu.

Este jornal, que é órgão dum partido e que é dirigido por um velho republicano e que é também ilustre membro do Senado, diz que em face das reclamações do Barreiro eu pedi ao Sr. Ernesto Navarro o favor de me dizer o que era aquilo, sejS. Ex.a tinha alguma idea sobre o caso, porque gostava de ter alguns esclarecimentos, e, como V. Ex.as sabem, as oficinas do Barreiro vão custar 50 mil contos, e nessa informação em que o Sr. Ernesto Navarro falou realmente dizia o seguinte;:

Leu.

Era a própria administração dos Caminhos de Ferro do Estado que falava num erro, quo reconhecia a existência- dum erro, e eu não levo a mal a ninguém que queira corrigir uni erro; pelo contrário, o-que eu pergunto a mlm mesmo-é se havendo reclamações, sendo apropria administração dos Caminhos de Ferro do Estado a primeira a reconhecer que tinha havido erros, o que ou pergunto é se eu não tinha obrigação de intervir no case-para que se não fossem gastar mais alguns milhares de contos, porventura inutilmente.

O meu despacho não tinha nada de estranho ; bastava conhecer o caderno de encargos, o programa do .concurso, o parecer duma comissão técnica qno íoi nomeada, e aqui está a razão por que eu não ouvi o Conselho Superior de Obras Públicas, que é formado por verdadeiras sumidades da engenharia portuguesa, embora os seus trabalhos sejam lentos, conselho esse que tem um Regulamento que diz no seu artigo 6,.°:

I+eu.

E quando se começou a tratar deste assunto das oficinas -em 1920, o engenheiro Arez dizia o seguinte :

Leu.

O conselho de administração dos Caminhos de Ferro do Estado diz depois: «O senhor exorbitou, invadiu as minhas atribuições, não tenho nada que dar satisfações ao senhor, c se o administrador lhas deu não tinha nada que lhas dar».