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Sessão de 9 de Maio de 1924

O Sr. Mendes dos Reis:—E bom que

se diga isso.

O Sr. Artur Costa: —

O Orador: —22 de Outubro de 1923, que foi quando dali saiu o grupo e foi para Campolide.

O Sr. Artur Costa (interrompendo): — ^E desde quando é que ele ali estava?

O Orador: — Não sei [dizer, mas posso trazer também a V. Ex.a esse auto de entrega.

• O Sr. Pereira Osório (interrompendo): — Uma família das minhas relações, que foi lá em 1914, contou-me que quando Ia foi estavam no Lazareto crianças protegidas pelas juntas de freguesia, todas numa sala, sala essa que estava mobilada ad hoc\ do mobiliário do Lazareto já lá não -existia nada.

O Orador:—V. Ex.a veio corroborar as minhas afirmativas. Só depois da guerra é que êsso grupo l'á°foi instalado, e neste auto estão todos os objectos que foram entregues ao 1.° grupo.

Na minha ausência, o Sr. Senador Oriol Pena fez há dias afirmações às quais eu desejo inteiramente responder, e desejo que a Câmara saiba qual.foi a minha.atitude, o meu procedimento e os motivos que o determinaram.

Sabem V. Ex.as que se realizam certames com b nome de concursos hípicos. 'São organizados por iniciativa duma so-'ciedade, Sociedade Hípica, que não podendo por si só promover aquelas festas, pede o concurso dos Ministérios dos Estrangeiros, da Guerra f da 4gricultura, os quais fazem quanto fedem para que •aqueles certames se realizem.

Assim, o'Ministério da Guerra transporta todos os seus oficiais que desejem concorrer para Lisboa, transporta também os cavalos, dá prémios e faz todas as facilidades à Sociedade Hípica para a realização das suas festas. ,

O Sr. Ministro da -Agricultura faz a 'mesma cousa e o Sr. Ministro dos Negócios Estrangeiros também. Assim no co-

mité de honra figuram as três entidades.

li, portanto, o concurso hípico uma festa que se realiza de colaboração entre a Sociedade Hípica e o Governo.

Quando a festa, há dias, se realizava, todos os cavaleiros que entravam na pista para correr dirigiam-se à presidência onde estava o Chefe do Estado e saiidavam-uo, assim como, depois, saudavam o júri. O penúltimo concorrente, porém, entrando na pista, ostensivamente voltou as costas para o lugar onde estava o Choíb do Estado e apenas se limitou a saudar o júri.

Eu chamei o delegado do Ministério da Guerra e disse-lhe que procurasse a direcção da Sociedade Hípica e lhe iinpo-sesse um caminho a seguir: o concorrente em questão declarava formalmente que não tinha tido o propósito de uma desatenção para com o Chefe do Estado.

Como a Sociedade Hípica tinha convidado o Chefe do Estado a assistir à sua festa, não podia permitir que, fosse quem fosse, praticasse qualquer acto de descortesia e tinha que aplicar ao seu associado qu'álquer sancção. Se-alguém nli há que tenha princípios- monárquicos de tal maneira arreigados que lhe não permitam nem "uma saudação ao Chefe .do Estado, de que é cidadão, então esse alguém não tem direito de disputar prémios que são concedidos pelo Governo.

O Ministro da Guerra não é homem que pratique violências escusadas, o que não pode é permitir que se realizem festas com a sua colaboração, em que se dêem factos como este que está expondo.

O orador não reviu.