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Diário das Sessões do Senado

O Sr. Ministro da Guerra (Américo Olavo (interrompendo): — E inteiramente diversa.

O Orador : — Quando fiz as minhas considerações não podia passar-me pela cabeça que tivesse de qualquer maneira havido o propósito de se praticar um acío desprimoroso ou ' que assim se tivesse apreciado simples abstenção.

Posto o caso no eixo em que S. Es.a o pôs, tenho de moderar a minha crítica, lamentando simplesmente que o ocidente se tenha dado, lamentando que S. Ex.a julgasse necessário intervir. Desejo salientar não ter S. Ex.a, o Sr Ministro da Guerra, tido razão para supor ter havido da minha parte a intenção de ser desprimoroso para com S. Ex.a O facto de não ter pedido a sua comparência deve-se apa-nas a não ter querido dar exagerado peso às minhas considerações; do relato que veio nos jornais, e muito se aproxima da verdade, resulta isso claramente..

O Go\êruo estava representado. Falei e pedi ao Sr. Ministro que estava presente cue transmitisse a S. Ex.a as minhas considerações.

Sane IS. Ex.a que não ternos grande facilidade de chamar qualquer dos Srs. Ministros a esta casa e de obtermos, como tantas vezes desejaríamos, a sua comparência,, por isso não quis perder a oportunidade de me ter sido concedida a palavra. Fica explicada a razão porque não pedi a presença de S. Ex.a Dadas estas explicações com toda a lealdade, visto que S. Ex.a está agora presente,' aproveito o ensejo para chamar a sua atenção para um facto que julgo abusivo e foi praticado ontem ou ante-onteni à noite noa corredores de um teatro.

Um indivíduo que não conheço, não sei quem é, nem como se chama, chupava tranquilamente o seu cigarro num dos corredoras, conservando, como é habitual, o chapéu na ^cabeça. A propósito de ter aparecido S. Ex.a o Chefe do Estado na sala do espectáculos a orquestra lembrou-se de tocar a Portuguesa. Como esse indivíduo que se encontrava num corredor não se tivesse descoberto, um oficial do exército invectivou-o e prendeu-o» ^Não será excessivo isto, Sr. Ministro da Guerra? Houve aqui um exagero que V. Ex.a deve punir para que se não estejam a levantar

conflitos; o momento não parece muito asado para se levantarem incidentes que podem ser legitimamente repelidos e melhor seria não serem provocados. Estou certo que V. Ex.a lamentará o que se-deu, e eu, como português e à boa pazr lhe acabo de expor.

O S.r- Ministro da Guerra (Américo-Olavo):—Eu agradeço as explicações que amavelmente acaba de dar o Sr. Oriol Pena a propósito de não ter pedido a minha comparência nesta Câmara, quando-fez as- considerações a respeito dos factos sucedidos no concurso hípico, e devo dizer a S. Ex.a uma cousa. Nós devemos ver no conjunto estes casos que se têm dadc e conjugar o que se passou no teatro-com o que se passou no concurso hípico»

No momento em que o Chefe do Estado-entrou no recinto onde se realizava o concurso hípico a banda militar que ali estava tocou o hino nacional.

Acontece que algumas pessoas, umas-menos corteses, outras com menos noção do que representa o hino nacional, deixaram de se levantar, e até algumas, propositadamente, quando o Chefe do Estado passou, olharam distraidamente para outro lado, fingindo que o ^não viam.

O caso, emfirn, não mereceu maior reparo a não ser das pessoas que costumam primar pela observância daqueles rudimentares deveres de cortesia. Mas pouca depois tocou-se o hino espanhol e pessoas que tinham deixado de se levantar ao hino nacional prontamente se levantaram e descobriram.

O quo se vê é que são patriotas que, se estivéssemos em condições dó. ser novamente invadidos por descendentes do Duque d'Alba, se prestariam imediata-, mente a apresentar a sua adesão aos invasores estrangeiros.

De maneira que Y. Ex.a tem de integrar esse caso nos outros casos e de ver que houve da parte de certas pessoas a provocação para os factos que se deram, sendo elas as responsáveis por aquilo para que V. Ex.a chamou a minha atenção.