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Sessão de O âe Maio de 1924

forços que está empregando para organizar os desportos em Portugal.

Efectivamente, e S. Ex.a o disse, o as^ sunto de que tratou é de~ ordem particular, criticável por todos aqueles que trabalham pelo bem. do país, mas não é assunto sobre que o Ministro das Finanças tenha de se. pronunciar.

Chamou S. Ex.a a minha atenção para me preguntar se o decreto sobre bancos e companhias era um decreto para ser executado ou se era apenas para ser lido no Diário do' Governo.

Devo dizer que, desde que esse decreto se fez com intuitos elevados e com intuitos republicanos, ele é para se aplicar. Era uma medida absolutamente essencial, todos os Governos o reconheceram e todos tinham visto a necessidade de realizar uma obra nesse sentido. O que está escrito é para cumprir-se logo que se abrem as eleições dos corpos gerentes; o Estado vai provar que alguma coisa tem para integrar o espírito republicano.

Tenho dito.

O orador não reviu.

O Sr. José Pontes (para explicações):— Agradeço ao Sr. Presidente do Ministério e Ministro das Finanças as suas explicações.

Sr. Presidente: aproveitando o estar no uso da palavra, de harmonia com as intenções dos meus colegas deste lado da Câmara e interpretando as palavras do Sr. Pereira Osório que me pediu que as proferisse, proponho uma saudação aos aviadores Brito Pais e Sarmento de Beires, retidos a meio caminho em virtude de um incidente de aviação, na s na brilhante rota aérea em direcção a Macau.

Num grande torneio de audácia, atra-yés das estradas dos céus, aviadores ingleses, americanos, franceses e portugueses estavam realizando as suas étapes e até agora eram justamente os franceses o portugueses os que melhor se mantinham.

Caíram os nossos compatriotas na índia— terra de encanto' e de tradições portuguesas, onde os nossos antepassados cimentaram com sangue essas tradições da raça — terra onde paira o espírito de Albuquerque.

Caíram, mas não vencidos. Caíram, triunfantes de orgulho pelo seu valor.

Por isso é preciso levantar corações ao alto! o que auxiliemos Brito Pais e Sar-mento do Beires, para que possam completar o raia, que foi um sonho, que representou um desejo e pode e deve ser uma realidade.

Sr. Presidente: a França deu recursos excepcionais a Peletier d'0isy e este está realizando a mais extraordinária façanha de aviação em questões de velocidade.

A América deu também enormes recursos materiais aos seus aviadores que estão tentando a volta ao mundo. O mesmo fez a Inglaterra.

Os ingleses conseguiram chegar à índia e pararam. Os americanos ficaram nos campos do norte, e só os portugueses e os franceses, gente de raça latina e raça aventureira, conseguiram chegar brilhantemente a essa terra para nós bem-dita, a essa terra tantas vezes sagrada pela loucura brava e heróica dos portugueses.

A travessia da índia realizada por Peletier d'0isy e pelos nossos aviadores foi realizada em circunstâncias extraordinárias,

Peletier d'0isy que foi o primeiro a transpor a índia dizia para França: «Nunca atravessei um caminho desta natureza ! 42 graus de temperatura constante ! A minha tela ameaçava descolar-se!»

Ora convém dar estas explicações : É que o aparelho Breguet de Peletier d'0isy tinha sofrido as modificações precisas para afrontar esses calores.' Quando chegou a Calcuttá o aparelho estava qnási descolado, o que obrigou o mecânico Ve-sin, hábil como o nosso Gouveia, a-exigir três dias de repouso para o aparelho poder «voar».

Sr. Presidente: apresento a minha saudação a todos esses heróis que estão afrontando os ares, franceses, ingleses e americanos, mas vá uma maior saudação, com maior calor e com maior entusiasmo, para esses dois bravos portugueses.que, num aparelho já velho e com um motor que já dera muitas rotações, conseguiram alcançar essa índia, terra 'maravilhosa, . terra tantas vezes regada pelo sangue dos nossos antepassados e tam cheia daquela poesia lendária que imortalizou a raça portuguesa.