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REPÚBLICA

PORTUGUESA

SENADO

Sessão legislativa de 2 de Dezembro de 1923 a 28 de Novembro de 1924

n

Sessão n.° 58, em 16 de Maio de 1924

O Sr. Ernesto Navarro: — Pela minha parte procurarei ser o mais breve possível para não cansar a Câmara, certamente já suficientemente elucidada.

O Sr. Ministro do Comércio alongou-se em considerações estranhas ao objecto da interpelação, sobre a qual pouquíssimos argumentos apresentou em sua defesa.

O Sr. Ministro do Comércio atribuíu-me intuitos políticos, quando eu comecei por declarar que os não tinha, pois se os tivesse outra teria sido a minha atitude desde o início desta questão.

Eu fui colocado como administrador geral dos Caminhos do Ferro do Estado muito contra a minha vontade, e só a instâncias do meu partido é que aceitei ôsse pesado cargo, como obrigação que tem todo o partidário de corresponder aos desejos do seu partido.

Bem ou mal desempenhei, o cargo, e ninguém me pode contestar que o não fizesse com a maior dedicação e desinteresse.

Também S. Ex.a se refaria à falta de lealdade como eu fiz a interpelação, mas eu não reconheço ao Sr. Ministro do Comércio autoridade moral para me fazer essa acusação, visto que se houve falta de lealdade foi da parte do Ministro para com o seu administrador geral.

Tomei a atitude que todas as possoas do bem tomariam, pois «quem se não sente não é boa gente».

Assim, para não cumprir esses despachos ilegais, conquanto estivesse salvaguardado pela própria letra da Constituição, , que diz que ninguém é obrigado a

fazor nada senão nos termos da lei, PU tomei o caminho que, como funcionário disciplinado, entendi que devia tomar: pedi a minha exoneração.

A minha atitude, pois, ó muito clara, é a de alguém que quero estar bem com a sua consciência, que se vê obrigado a tomar essa atitude como íunciouário público, e como Senador aqui veio explicar aos seus pares os motivos que o levaram a proceder assim.

Foi com desdém que o Sr. Ministro do Comércio se referiu aos membros do Conselho do Administração dos Caminhos do Ferro, que classificou de monárquicos!

Serão monárquicos, não mo importa, saber, nem o sei; mas se o são, o q no devo afirmar é que eu encontrei sempro neles, e desde 1917 que comigo trabalhi-ram, auxiliando o então Ministro do Tr;i-balho, o ineu querido amigo o Sr. Lima Basto, a mais patriótica e dedicada colaboração.

Os Srs. Mexia, Figueiredo o Silva Azevedo têm prestado a diferentes Ministros da Eepública a sua desinteressada colaboração.

Nunca lhes vi atribuir ataques contra a República, como acontece com o Sr. Fernando de Sousa, o qual, como engenheiro, tem a minha consideração, mas quo é um adversário da República, e que, portanto, nunca podia ser um colaborador sincero dos Ministros da República.

i E, no emtanto, o mentor do Sr. Ministro do Comércio!