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Diário dai Sessões do Senado

condado onde residia também parte da sua fortuna.

Veja V. Ex.V Sr. Presidente, como ele mostrou a gratidão; foi ali que adquiriu fortuna o onde aprendeu costumes que entre nós não são vulgares.

Não há muito tempo que faleceu em Lisboa uni grande milionário, e nem uin centavo se deu aos pobres; em Portugal não existe a educação que existe na América, em que aqueles que são ricos repartem com os seus irmãos que fazem parte da colectividade e que nada têm.

Regozijo-me profundamente com este acto, porque foram beneficiadas duas casas de caridade do meu distrito, a Misericórdia, que sustenta um hospital, e o asilo da. Vila das Velas, que é uma instituição pobríssima; o maior rendimento que tem é um subsídio que obtive pelo Ministério do Trabalho, de 1.0005 por ano; fica agora com 100:000 dólares, e â Misericórdia, que poderia ter um rendimento de 7 a 8 contos, foi também contemplada com igual quantia.

Quando estas duas casas de caridade entrem na posse dos seus importantes legados poderão prescindir do auxílio que lhes presta a Assistência Pública, e que poderá reverter a favor das casas congéneres do mesmo distrito.

Oxalá que o exemplo de João Enes, que era natural da freguesia de Santo Amaro, concelho das Velas, tenha imita* dores, pois as casas de assistência de todo o pais estão lutando com as maiores dificuldades financeiras.

O Sr. Oriol Pena: — Sr. Presidente: tive unia certa contrariedade por V. Ex.a ontem- não chegar a dar-me a palavra, já reservada duma das sessões anteriores, -x

Um requerimento vindo daquele lado, e votado pela Câmara, fez, em meu detrimento, antepor ao meu direito uma questão mínima, a propósito da qual vários oradores fizeram vários discursos, dando ao caso uma importância que de facto não tinha, e isso impediu-me de usar da palavra estando presente o Sr. Ministro do Interior, a quem desejo fazer preguntas acerca do jogo em Lisboa e do modo como é reprimido.

Como V. Ex.a sabe, não é fácil obter a presença de qualquer dos Srs. Minis-

tros; no emtanto peço a V. Ex.a para mo inscrever, roservando-ine a palavra para quando S. Ex.a esteja presente.

Sr. Presidente: passando a ocupar-me doutro assunto, quero dizer a V. Ex.a e à Câmara que são passados vinte dias sobre a ordem urgente vinda da comissão administrativa para se pôr em dia o trabalho taquigráfico desta casa, o que os funcionários taquigráficos fizeram quási a deitar a língua de fora — releve-me a Cá m ara a vulgaridade da expressão — com uma coragem, actividade o zelo pelo ^serviço muito para louvar e agradecer. Esse louvável esforço ficou estéril o não conseguiu impedir que se fossem passando vinte dias, tendo-se publicado apenas alguns números do Diário da outra Câmara, e os do Senado continuem a ser representados por zero, sempre zero.

Instantemente peço a V. Ex.a, presidente dessa comissão, a sua atenção para o caso, e para indagar a que ordem de sugestões ou conveniências obedeceu uma ordem dessas, exgotante para os Srs. taquígrafos, exgotaute para nós por termos de ver rapidamente os relatos, e para afinal de contas o resultado ser nulo, absolutamente.

É necessário duma vez para sempre que nesta casa mandemos nós e só nós. Jsto não pode ser, não deve continuar a ser.

Peço a V. Ex.!l qoe intervenha com a sua autoridade, iiós todos a apoiamos e reconhecemos, para que tudo entro na ordem.

As pequenas intrigas com que se procura beliscar alguém, por mais humilde e insignificante quo seja, não podem continuar.

A propósito, chamo também a atenção de V. Ex.a e dos rneus colegas para a persistência com que se procura molestar um funcionário desta Câmara, correcto, amável, serviçal, e não faz aqui snãotrabalho útil, em que procura agradar a todos os lados da Câmara.

Apoiados.