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Diário ~da* Setsôes do Senado

de contas mais barato do que o que se paga à Imprensa Nacional.

O Sr. Presidente:—Era mais caro.

O Orador:—Eu julgo que mais vale fazermos um sacrifício e pagarmos um pouco mais e termos os nossos Diários do que se pagar menos e não haver nada.

Pelo que respeita ao incidente que acaba de levantar-se ele veio provar quanta razão me assistia há tempos quando advoguei a'necessidade de termos o nosso extracto oficial.

V. Ex.a de certo estará lembrado de que outro dia quando tratei do assunto eu-disse que o Parlamento estava sujeito à censura, e tinha então a certeza de que eu também ia ser sujeito à censura. E cão me enganei porque as palavras que eu então proferi foram implacàvelmente cortadas pelos representantes da imprensa, aos quais desta vez não dirijo louvores de ^espécie alguma.

Esses senhores, às vezes abusam do seu lugar nesta Câmara e da maneira como aqui são tratados.

Apoiados.

E preciso que isto só saiba lá fora, embora amanhã me ataquem por todas os formas.

Eu insisto sobre a necessidade de termos um extracto oficiai do que se passa nesta casa do Parlamento e que osso extracto seja de publicação obrigatória em todos os jornais.

Apoiados.

O Sr. Silva Barreto (para explicações) : — Sr. Presidente: Antes de me pronunciar sôbr-e considerações aqui feitas, pormita-me V. Ex.a que esclareça o sentido das últimas palavras que proferi ontem, as quais deram origem ajipartes do Sr. Joaquim Crisóstomo e do meu correligionário Sr. Kibeiro de Melo.

Disse en que infelizmente o Parlamento dava muitas vezes aso às críticas acerbas que se fazem contra ele, e que de facto nós, parlamentares, nem sempre provamos com o civismo que o mandato nos impõe.

Eu não quis especializar ninguém, porque dizendo «nós», me meti na conta.

,;E quem há aí que duvide que o Parlamento não cumpre, em grande parte., a função de que está incumbido?

(fPois nós não vemos constantemente os projectos e propostas arrastarem-se, simplesmente porque a meia dúzia de parlamentares apraz muitas vezes empatar e impedir que trabalhemos mais?

£ Então nós queremos porventura aparentar ao público aquilo que não somos? Porventura o público não nos vê?

Eu não entro numa mercearia, num barbeiro ou num café, que não ouça dizer mal do Parlamento, e quantas vezes tenho-tido vontade de .repelir afirmações que-são menos verdadeiras, em quanto ouço-outras que o são.

Sou parlamentar da República desde 1911. Tenho faltas, como todos os outros, mas tenho também a consciência de ter cumprido o meu dever. Nunca tive a preocupação de agradar ou desagradar a quem. q-jer que fosse. Nunca disse qualquer cousa, nem deixei de a~ dizer para, agradar ou desagradar a A, B ou C.

Sei que este sistema acarreta más vontades e origina desgostos, mas o que o-berço dá a tumba o leva.

Não é à roda dos 60 anos que hei-de mudar de sistema e de atitude. Hoje, ao-caminhar para essa idade, penso corno-pensava aos 25. Penso da mesma maneira. E, porque assim é, devo dizer que toda a celeuma levantada contra o Senado, embora de uma maneira muito incorrecta por um jornal de Lisboa, toda essa celeuma foi motivada pelo facto de se mandarem para os jornais O Século '& Diário de Noticias, como sendo a última redacção da lei do inquilinato, aquilo de que a Comissão de Redacção ainda nSo-se tinha ocupado, não tendo, portanto, redigido cousa alguma.

O Sr. Catanho de Meneses, logo que

chegou a esta Câmara pediu-me para que

se corrigisse o que tinha vindo nesses

dois jornais, porque tudo isso era uma

.confusão que se devia deslindar.