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Diário 'do» Ststaõei do Senado

centoa que o pessoal do Senado tem todos os seus trabalhos em dia.

Eu folgo em fazer essa justiça ao pessoal do Senado, que é zeloso e cumpridor dos seus deveres. Mas disse também V. Ex.% Sr. Presidente, que é a Imprensa Nacional que não faz a tempo a publicação do: Diário das Sessões e disse mais e isso é grave, que a Comissão Administrativa tinha exgotado todos os meios sem poder conseguir que a Imprensa Nacional cumpra com o seu dever.

Sr. Presidente: a Comissão Administrativa representa as duas Câmaras e então, jícomo é que se pode admitir que a Imprensa Nacional esteja acima do Parlamento ?

Se ela não cumpre com os seus deveres, obrigue-se a cumpri-los; e se tanto for preciso, se as leis actuais nílo bastam, a Comissão Administrativa apresente um projecto de lei sobre o assunto. Assim corno se publica o Diário do Governo e desde que o trabalho do pessoal do Senado anda em dia, não há razão nenhuma para que se não publique também o Diário das Sessões.

Demais, a Imprensa Nacional tem recebido do Parlamento todas as demons-trações de simpatia e até de carinho para todas as propostas de lei que a beneficiam, e não é assim que deve corresponder às nossas atenções.

. O Sr. Joaquim Crisóstomo (para explicações):— Referiu-se há pouco o Sr. Silva Barreto a um «não apoiado» que eu preferi ontem, quando S. Ex.a terminava o seu discurso, dizendo que quem dava ensejo às críticas acerbas que se faziam ao Parlamento éramos nós, que nem sempre imprimíamos carácter, elevação e civismo ao nosso procedimento. • Assim como S. Ex.a declarou íioje que mantinha as palavras que ontem proferiu, assim eu mantenho também o «não apoiado» que dei quando S. Ex.a terminava o seu discurso.

Tenho a impressão, pelo que ouvi ao Sr. Silva Barreto, que S. Ex.a neste momento desempenha o papel de Zola em relação à questãoDreyfus: ««Taccuse».

S. Ex.a parece estar investido ao papel de acusar o Parlamento, mas afigura,-se-me que incorre num erro, e incorre nuin porque não há sociedades perfeitas.

Todas elas têm mais ou menos os seus defeitos.

Até certo ponto podem ]'ustificar-se as acusações que se iazem ao Parlamento, não pelos actos praticados por cada um dos seus membros, mas pela função que exercem, porque segundo os professores e os grandes filósofos como U-ustavo lê Bon, os trabalhos o a obra de uma assemblea não são iam perfeitos como a obra do um menor número do indivíduos, o até mesmo de um só, porque do embato do opiniões e da troca do impressões muitas vezes não surge a opinião individual de cada uni, mas sim a opinião colectiva, que deixa muitas vezes de representar os desejos e as aspirações de um povo em determinado momento.

Ninguém, segundo a boa doutrina da igreja, se pode considerar isento do pecado, e já dizia Cristo : «Apareça o primeiro que possa atirar uma pedra».

Ninguém portanto poderá proclamar aqui dentro que é isento do vícios ou defeitos, assim como também ninguém tem o direito de acusar concrotamente qualquer sou colega do praticar actos menos correctos .e que possam merecer a censura da opinião pública, expressa cm assemblcas, cm comícios ou na imprensa.

Dizem, e com razão, os publicistas que os Parlamentos em. todo o mundo, atravessara uma enorme crise, mas é certo também que os mesmos acrescentam que até hoje não foi encontrada uma fórmula niais perfeita do que a-fórmula parlamentar.

O Sr. Silva Barreto (interrompendo):— Há. a experiência da Rússia.

O Orador:—A Rússia é um cortiço de abelhas.

Não se sabe o que só passa lá.

Nem V» Ex.aj nem ou, nem ninguém o sabe.

As outras nações, quando referem casos ocorridos na Rússia, deturpam tudo.

Portanto não há elementos seguros,. nem precisos da forma como se administra a Rússia.

Em minha opinião, portanto, não procedem as considerações do Sr. Silva Barreto.