O texto apresentado é obtido de forma automática, não levando em conta elementos gráficos e podendo conter erros. Se encontrar algum erro, por favor informe os serviços através da página de contactos.
Não foi possivel carregar a página pretendida. Reportar Erro

Diário das Sessões do Senado

pode vir algum resultado prático para Portugal.

Naturalmente irão a essa conferência subsidiados pelo dinheiro do Estado ou pelo do Xinistério dos Negócios Estrangeiros, mas isso pouco importa.

O que me importa é saber se o Estado está em condições de subsidiar três representantes do Parlamento, para irem à Conferência Internacional de Comércio.

E, Sr. Presidente, a p. 119 do Rela- _ tório da Conferência, que se realizou em Praga, nos dias 21, 22 e 24 àe Maio de 1923, nc Boletim publicado pelo Bureau de Bruxelas, eu não encontro nenhuma disposição que possa efectivamente esclarecer qualquer intervenção da missão portuguesa, a não ser uma emenda apresentada pslo Sr. Augusto de Vasconcelos, que se baseava num trabalho de números do grande economista Belchior de Figueiredo, que Portugal quási que desconhece.

E nós vemos que da última Conferência Inter-Parlamentar de Comércio, a única tese que o Boletim publica e menciona, ó a apresentada pelo Sr. Francisco António Correia, antigo Ministro dos Negócios Estrangeiros, e que tratava, salvo erro, do ensino comercial superior.

^O que ó que resultaria de útil para nós dessa Conferência, nós que somos um pais essencialmente vinícola e agrícola?

Agora vai a esta próxima conferência uma delegação portuguesa, composta, segundo dizem os jornais, pelos Srs. Her-culano Galhardo, Augusto de Vasconcelos e Ernesto Navarro.

Eu desejava saber se os Senadores quu para essa comissão estão escolhidos tencionam fazer obra diferente daquela que foi feita por anteriores comissões, e se eles acham em sua consciência que representa utilidade para o pais a verba que eles vão gastar para Portugal sor representado nessa Conferência. -

Agora permita-me V. Ex.a, Sr. Presidente, que eu louve a atitude do Sr. Ro-. berto Baptista, que, com uma isenção de ânimo e de espírito, —porque S. Ex.a não quis traduzir nas suas palavras senão o interesse que efectivamente por este caso devem tomar todos os portugueses, e sobretudo todos os parlamentares —, tratou da notícia publicada a propósito do provimento da embaixada de Londres,

O Sr. Ministro do Comércio merece de nós todos o maior aplauso, porque conseguiu efectivamente realizar uma aspira-, çãd, não do Governo, mas da nacionalidade.

Esta aspiração não é somente republicana, é nacional, a Nação Portuguesa suspirava de ver a sua representação diplomática em Londres transformada numa embaixada.

S. Ex.a o Sr. Ministro dos Negócios Estrangeiros, Domingos Pereira, pela sua habilidade diplomática, e altas qualidades de espírito, soube obter aquilo que foi prometido a outros Governos, mas que não pôde ter finalidade senão agora.

Merece, portanto os meus aplausos, e toda a minha consideração o Sr. Koberto Baptista pelas palavras que proferiu,

O Sr. Presidente:—Peço a V. Ex.a a fineza de se não alargar porque já passa da hora.

O Orador:—V. Ex.a gosta imenso de cumprir o Regimento, eu também não gosto menos.

E V. Ex.a, Sr. Presidente, sabe que a sessão começou às 15 horas e 30 minutos, e nós temos uma hora para o (cantes da (ia ordem do dia», eu só peço a V. Ex.a que me conceda os quinze minutos a que tenho direito.

O Sr. Presidente: — Mas o Eegimento não permite que se abra a sessão depois das 15 horas.

O Orador : — Então V. Ex.a deverá fazer de modo que as sessões abram à hora regimental.

O que eu pregunto a V. Ex.a é se já foram decorridos os quinze minutos que me pertencem.

O Sr. Presidente: — Foram, sim senhor.

O Orador: — Pelo meu relójio faltam três minutos.

Sr. Presidente: eu quero apenas congratular-me com o Sr. Roberto Baptista, por ter trazido à Câmara uma questão destas.