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ítiârio aos SesíÒes ao âenaâô

tos para que eu faça ainda algumas considerações.

Por maior que seja a competência dlo Sr. Galhardo e dos outros nossos representantes, a situação do erário português não comporta as despesas que vão fazer os 'delegados portugueses.

Quanto aos resultados da Conferência, estou em absoluta divergência com a opinião do Sr.. Galhardo; entendo que ne-nhuns resultados práticos dela advirão.

E certo que só assisti à Conferência Interparlamentar ^e Comércio que se realizou em Portugal, recebendo convites para vários chás e festas que recusei; todavia, fui espectador de todas as sessões que se realizaram aqui. Tanto me interessei pelo caso que posso citar um relatório apresentado numa das sessões pelo brilhante economista Rafael Levy.

Aparte a tese interessante que se refere ao ensino comercial superior, pouco ou nada de importante se tem produzido.

País nenhum do mundo tem obedecido às resoluções dessa Conferência. Se algum o tem feito eu agradeceria ao Sr. Herculano Galhardo que mo citasse.

O Sr. Herculano Galhardo : — Nesse caso, direi a S. Ex.a que as deliberações dos governos dos países representados têm sido sempre baseadas nos trabalhos da conferência. Não é possível, ó claro, obrigar o Parlamento português, por exemplo, a aceitar as deliberações tomadas ali, mas posso afirmar que as deliberações que obrigam os governos foram todas cumpridas.

O Orador: — O que deve impressionar o Senado é se a Nação está em condições de poder suportar a despesa.

O carácter oficioso não tira o carácter particular que tem. Portanto, não veja o ilustre Senador Sr. Herculano Galhardo nas minhas palavras quaisquer insinuações menos desprimorosas para S. Ex.a e reconheça que o desejo que eu tinha de tratar aqui da questão era somente para ter ocasião de ouvir a declaração que acaba de fazer.

Quanto à declaração que S. Ex.a fez de que as razões por que não ia nessa missão como delegado da República Portuguesa eram de ordem particular, eu tenho

a certeza de só a sua excessiva modéstia, o seu grande .patriotismo e o saber que o Tesouro público não comporta essas despesas é que fizeram com que S. Ex.a não quisesse seguir, desculpando-se então com o seu estado de, saúde, porquanto S. Ex.a não está, felizmente, tam doente que não pudesse desempenhar-se dessa missão.

Tenho dito.

O orador não reviu.,

O Sr. Presidente: — Os Srs. Senadores que autorizam que o Sr. Ministro dos Negócios Estrangeiros use da palavra com prejuízo da ordem do dia têm a bondade de se levantar.

O Senado autorizou por unanimidade.

O Sr. Ministro dos 'Negócios Estrangeiros (Domingos Pereira): — Sr. Presidente : agradeço a V. Ex.a e ao Senado a circunstância de permitir que eu use da palavra neste momento apesar de a hora ir já um pouco adiantada,.

Primeiro que tudo, Sr. Presidente, — e foi por este principal motivo que eu vim a esta Câmara— vou repetir a comunicação já feita na Câmara dos Deputados de-que as longas negociações que há muito tempo tinham sido encetadas entre o Governo Português e o Governo Inglês para a elevação das respectivas legações a embaixadas tiveram já o mais completo e pleno êxito.

Na Câmara dos Deputados houve referências à circunstância de este facto acarretar aumento, de despesa..

O critério da compressão de despesas não pode de facto deixar de ser o critério de todos os homens que têm a seu cargo a missão de governar e de legislar; mas, evidentemente, este critério não pode ser levado até o extremo de no nosso orçamento particular não fazermos aquelas despesas que são indispensáveis para o prestígio do país, para a melhoria da sua situação internacional.