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Sessão de Í8 e 20 de Junho deU924

Mas o despacho até ontem ainda não tinha entrado na Procuradoria Geral da República.

Diz-se até nos meios financeiros que o processo está metido dentro da gaveta do Sr. Ministro da Justiça.

O Sr. Ribeiro de Melo : — Isso não pode ser, o Sr. Ministro da Justiça é incapaz disso.

Prot.esto contra essa afirmação.

O Orador : — Foi um Deputado que mo disse, e um indivíduo de categoria financeira elevada também me manifestou a sua estranheza pelo facto de o processo lá estar encerrado.

O povo ainda se não acha «habilitado, por falta de instrução, a assumir as rédeas do Governo; portanto, temos de manter os princípios consignados na Constituição ; e, nessa ordem de ideas, temos de fazer sentar naquelas cadeiras homens que, além do seu patriotismo, tenham também a energia e a coragem necessárias para manter os princípios consignados na Constituição e praticar actos que são indispensáveis à boa administração pública,

O Sr. Ribeiro de Melo: — Punha no Governo a entidade anónima «o diz-se».

O Orador:—No sentido de prestigiar o Poder, é necessário que todos trabalhem e que haja perfeito consentimento entre as duas instituições, o Parlamento e o Governo.

(? Como é que se explica que, estando nós no dia 18 do mês de Junho, ainda não esteja votado um único capítulo dos orçamentos ?

Que significa isto?

O Governo finge que é cego, mas devia ver que esta manifestação da maioria é a maior afirmação da nenhuma confiança, que ela tem no Ministério, cada vez que há falta de número na Câmara dos Deputados significa a p"ouca vontade que a maioria tem de auxiliar o Governo. . Todos estes factos que expus com a máxima clareza significam que por cada minuto que o Governo se conserva no Poder é mais uma machadada que se vibra

no brio, na honra e na dignidade nacional.

O orador não reviu.

O Sr. Ribeiro de Melo: — Sr. Presidente: pedi a comparência do Sr. Ministro das Colónias para chamar a atenção de S. Ex.a para a forma como o Banco Na-cicnal Ultramarino está procedendo nas nossas colónias, no continente da República e ainda em território estrangeiro.

É escusado estar â elogiar o Sr. Ministro das Colónias, porque o maior elogio tem-no S. Ex.a na minha amizade de" sempre.

E, apesar de saber que S. Ex'.a está quási a desaparecer do Poder Executivo, ainda quero que S. Ex.a faça sentir a sua boa vontade nesta questão.

O representante do Governo junto do Banco Nacional Ultramarino, efectivo, é o Sr. Malva do Vale, que tem por adjunto o nosso colega desta Câmara, Sr. Ernesto Navarro, que pertence ao Partido Republicano Português e cujos serviços às instituições 'e à Pátria são de tal modo assinalados, que lhe dão jus a ocupar esse lugar e até a ir, por nossa delegação, a Bruxelas, para ali representar o Parlamento Português.

Apesar de tudo, o Governo está tam mal representado junto do Banco Nacional Ultramarino, que não tem podido evitar a situação difícil em que se encontra a nacionalidade inteira, por virtude da asfixiante atitude dos Bancos e nomeadamente do Banco Nacional Ultramarino. Todos os governadores desse Banco têm enriquecido, a começar pelo Sr. João Ul-rich, nome que está apontado para, no dia da justiça, responder perante a nação pelos crimes praticados.