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Diário das Sessões do

acabe a política das notas que se está fazendo. O prémio que o Banco leva' pela troca das suas' notas é tam alto que as pessoas que labutam nas nossas províncias ultramarinas encontram-se em tal situação, no que respeita à transferência de fundos j que não há maneira de esse prémio poder ser suportado por quem íeru de o pagar. O Sr. Ministro das Colónias deve pôr ponto final neste estado de cousas. Desde que houvesse, junto do Banco, um comissário repubicano e patriota, que son-• besse fazer contas, provaria ao país que o Banco Nacional Ultramarino, gozando da regalia de banco emissor, não tem hoje a capacidade bancária para exercer'tais funções.

O Sr. Ministro das Colónias, falando no Senado a respeito dos altos comissariados, deu a impressão do querer significar que aceitava esses altos comissariados como uma cousa existente, mas desejava modificar esse "estado de cousas, desde que tivesse oportunidade para isso. Essa oportunidade, em meu entender, chegou com á exoneração, a seu pedido, do Sr. Xorton de Matos, que foi exercer fun-ções junto da corte britânica. Oxatá que, nessa nova missão, S. Ex.a possa corresponder aos desejos patrióticos de todos nós.

Mas seria interessante saber a opinião concreta do Sr. Ministro das Colónias a 4 este respeito.

Posto isto, chegou o xnoffieato de eu explicar à Câmara as razões por que pedi ontem a palavra para, ôm negócio urgente? mo referir ao que se tem praticado com o jcrnal A Batalha, e ainda aos acontecimentos conhecidos pelo caso do5 Olivais. A Câmara, ou antes o meu partido, não reconheceu a urgência, procedendo no seu pleníssimo direito. Provou-se assim que adentro do Partido Republicano Português cabem todas ao opiniões, íiiada mês-, mo as mais avançadas.

Sr. Presidente: todos sabem que o Sr. comissário de polícia tem apreendido sistematicamente A Batalha, órgão das classes operárias, havendo quem não gosie desse jornal por- isso mesmo. Mas para ruim, aqueles que sustentam A Batalha são os que encontrei na manhã de 4 e 5 de Outubro de 1910. É jornal de operários A Batalha, e eu não sou niaiu oue um operário da Kepública.

Veja V. Ex.a, Sr. Presidente, que ó um espírito liberal, que representa a tradição e a glória do exército republitíano e que foi o primeiro Ministro da Guerra da Bepública, que, apesar de o Sr. comissário geral da polícia, apreender os exemplares de A Batalha, eles são ditríbuídos por todo o país. Deve ser por isso que — permita-se-me a expressão— a polícia do Sr. Sá Cardoso não permite a publicidade desse jornal.

Faz mal o Sr. Ministro, porque a Ee-pública tem de âe apoiar nas classes operárias e não fl/í alta finança.

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O Sr. Presidente (agitando a campainha] : — Já decorreu o tempo qtte V. Êx.íl tinha paia falar.

O Orador:—Pois beni. Inerme hoje por aqui e para outro dia ficará o resto. O ofador não reviu.

O Sr. Ministro das Colónias (Mariano

Martins):— Sr. Presidente: vou fazer umas ligeiras considerações em resposta ao Sr. Ribeiro de Melo.

Beferíu-se S. Ex.a à administração do Banco Ultramarino e ao facto dós empregados e administradores desse Banco, quer na sua sede, quer nas suas filiais e agências, terem-credo monárquico, e deseja S. Éx.a quo o Poder Executivo intervenha, de modo a que isso se nãa dê.

Verifica-se o facto de haver pessoas que compõem a direcção do Banco Nacional Ultramarino filiadas no partido mo-nárquitío, mas também há outras, nas mesmas condições que ó não estão.

Sr. Presidente; o Banco Nacional Ul* tramarino n-ão é tima sociedade anónima.

A sua direcção, os seus administradores, são nas" assembíeas gerais eleitas pé-4 los accionistas e não se pode impedir que isso se faça.

Se Y. Ex/ me disser quais os meios legais que o Estado pode empregar para obrigar as assembieas gerais do Banco Nacional Ultramarino a eleger para a sua administração pessoas que sejam retintamente republicanasr não tenho dúvidas em os adoptar.