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Diário deu Sessões do Senado

O Sr. Querubim Guimarães: — Dispensar-me-ia de usar da palavra, para explicações, depois das considerações feitas pelo meu colega e amigo Sr. D. Tomás de Vilhena, se, insistentemente, o Sr. Medeiros Franco, meu amigo pessoal, não se referisse ao desejo, que encobri nas minhas palavras, de ofender a honorabilidade do Sr. governador civil de Ponta Delgada.

S. Ex.a, por insuficiência das minhas palavras, não atingiu a significação do meu protesto.

A pessoa do Sr. governador civil é-me absolutamente indiferente.

Registo o facto, narrado pelo Sr. D. Tomás de Vilhena, de ter' sido o Sr. governador civil de Ponta Delgada o ú oiço que perturbou a harmonia, o carinho, a simpatia, com que em toda a parte, como-o Sr. Medeiros Franco disse, a comissão foi recebida.

O Sr. Medeiros Franco : — Cousa curiosa, era todos os distritos, excepto no de Ponta Delgada, houve o maior empenho em fazer colaborar as autoridades com a missão; em Ponta Delgada houve o manifesto propósito de afastar o governador civil.

O Sr. D. Tomás de Vilhena: — As minhas informações dizem que quem se afastou foi o Sr. governador civil.

O Orador: — Mas, Sr. Presidente, ainda mesmo que o Sr. D. Tomás de Vilhena não registasse senão o facto de se tratar de um zelo republicano, é certo que só nós lhe podemos ir procurar a razão ou fundamento dessa intervenção, tam estranha, tam antipática, do Sr. governador civil de Ponta Delgada.

Os novos republicanos querem mostrar aos antigos que são mais republicanos do que eles, porque têm na sua consciência uma razão que os impulsiona a serem exageradamente republicanos; é a desconfiança nos correligionários.

Eu tenho sempre muito respeito por todos aqueles que são sinceramente firmes aos seus ideais políticos, mas entendo que devo castigar, e castigar severamente, aqueles que se abeiraram e apossaram dos cofres públicos para neles mergulha-

rem os braços sem haver possibilidades de se satisfazerem.

A missãtf intelectual ao arquipélago dos Açores não foi fazer propaganda política e. não há ninguém que se queixe de ter' ouvido uma palavra que tal significasse.

jíi preciso não conhecer o respeito que se deve aos ideais de cada um para se julgar que política se tinha feito numa missão tam distinta e inteligente como aquela que foi aos Açores.

Conheço nessa missão, como todos conhecem, nomes que são verdadeiras consagrações de carácter e inteligência, e ninguém tem o direito de duvidar nem da firmeza das sua convicções nem da sua probidade e dignidade.

Sou amigo como patrício, com muito respeito e.muita admiração, desse homem que fez parte da missão intelectual, o Sr. Luís Magalhães, ilustre pelos seus dotes de inteligência, de carácter e de dignidade.

Assim, o seu julgamento no Porto, que é tam falado, e a sentença que foi firmada e que consta do respectivo processo, é sem dúvida nenhuma o melhor e o mais honroso título que ele pode legar aos seus sucessores.

Ninguém pode duvidar da sua honorabilidade pessoal nem da sinceridade das suas convicções.

Outros nomes conhecidos em todo o país fizeram parte da missão intelectual, nomes que não se registam nas fileiras monárquicas, nomes que são considerados como de verdadeiros republicanos, qualquer que seja a sua situação em desacordo com outros .que professam os mesmos ideais.

Da missão fazia parte o distinto jornalista, homem de inteligência e homem de carácter, o Dr. Trindade Coelho, que tem atrás de si um nome que muito o honra, o nome honrado de seu pai. Mas só o seu basta para sustentar as afirmações que fez num jornal acerca do discurso de apresentação proferido pelo Sr. Aristides da Mota.

O Sr. Carlos Costa: -- V. Ex.a refere-se a Trindade Coelho, pai?