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Sessão de 16 de Julho de 1924

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brilho da inteligência de Trindade Coelho, filho.

Há apartes que não merecem resposta, e eu lamento que tenha de dizer isto a V. Ex.a

Sr. Presidente: da missão fez parte um outro' jornalista distinto desta terra, o Dr. Joaquim Manso, que não é monárquico.

Igualmente declarou, nos artigos que publicou no jornal de que ó director, que não tinha visto afirmações políticas nesse discurso.

Fez parte da missão um homem que merece o nosso respeito, o Sr. Leite de Vasconcelos, e iguais declarações fez num outro artigo, que muito o honra e dignifica pelo aprumo com que fez as suas afirmações.

E unicamente porque um jornal põe na boca do Sr. Moreira da Mota palavras que eu não sei se foram proferidas, vá de castigar quem não merece castigo.

O discurso que o Sr. Medeiros Franco citou não tem absolutamente nada que vá bulir com o prestígio deste formosíssimo regime, que a todos nos honra, .absolutamente nada que se pareça com aqueles atentados verdadeiramente sangrentos ao regime deposto feito pelos propagandistas que eram então pagos pelos cofres do Estado.

Hoje, os cofres do Estado são para os republicanos; e quando algum monárquico está à mesa do orçamento trata-se imediatamente de o escorraçar do lugar que lhe pertence, pela sua inteligência e pelo seu valor.

Há uma grande diferença entre esse denegrido regime da tirania monárquica e este formosíssimo regime republicano.

V. Ex.as, os republicanos, sem dúvida nenhuma que não podem com sinceridade fazer afirmações de encontro ao que eu estou dizendo. Factos são factos, e quem os quiser conhecer melhor que vá fazer um simples estudo do período que precedeu a alvorada luminosa de 5 de Outubro de 1910. Lá encontrará pessoas que estão em destaque e a quem não repugnava fazer afirmações sangrentas contra o regime que os sustentava.

Desde que na Constituição se fala.em liberdade de pensamento, pregunto se estava fora da Constituição o Dr. Aristides da Mota.

O Sr. Medeiros Franco:—V. Ex.a dá--me licença?

O que eu quero dizer é que, tendo visto num artigo do Sr. Leite de Vasconcelos que o Sr. Aristides Moreira da Mota não tinha dito uma única palavra acerca de política, me informei das razões que levaram o governador civil a proceder como procedeu. E só as encontrei no discurso a que acabei de aludir.

O Orador: — Os trechos do discurso do Sr. Aristides da Mota, citados por V. Ex.a, de modo nenhum podiam habilitar o Ministro da nossa República a praticar a violência que praticou.

Não tem isto comparação com o que se passava no tempo da monarquia, em que indivíduos em lugares elevados usavam e abusavam do ataque à monarquia.

O Sr. Pereira Osório: — Isso não é ter a palavra para explicações. Já lá vai mais de um quarto de hora.

O Orador: — S. Ex.a julga-se ocupando o lugar da presidência, onde já esteve. Se nesse lugar ainda estivesse sujeitar-me-ia às suas deliberações que, se fossem contra o Regimento, teriam o meu protesto.

Mas não há razões nenhumas defensáveis do procedimento do Sr. governador civil, o qual se fez o que fez é porque é republicano de pouco tempo, não 'tendo, como outros, uma compreensão da liberdade de harmonia com os princípios. O Sr. governador civil de Ponta Delgada fez como muitos, voltou-se para o sol nascente e adora o mais que pode, açodada-mente, para maior benefício seu.

Tenho dito.

O orador não reviu.