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Sessão de 16 de Julho de 1924

tes países da Europa, ao passo que, presentemente, o marco está corr.pletamente desvalorizado, não valendo cousa alguma.

Em presença desta situação monetária da Alemanha, qualquer acordo com ela representa tam somente um manifesto benefício para esse país e um prejuízo para qualquer outra parte contratante.

Não tenho elementos para poder apreciar nem aquilatar das razões principais em que se baseia o Sr. Veiga Simões, mas o qne é^ certo é que se eu não sou um admirador da (política desse senhor, tenho-o, no emtanto, como uma pessoa autorizada, e na conta dum homem de valor.

Portanto, quando um diplomata da categoria do Sr. Veiga Simões vem à imprensa fazer afirmações desta natureza, - assiste-me a obrigação de as não deixar passar despercebidas.

O Sr. Ribeiro de Melo (interrompendo) : —V. Ex.a falou há pouco na autoridade e categoria do Sr. Veiga Simões. Eu digo a V. Ex.a que foram os outros que categorizaram o Sr. Veiga Simões.

O Orador: — E sempre bom, Sr. Presidente, não deixar passar em julgado afirmações que muitas vezes deixam perante a opinião pública os governos mal colocados.

O Sr. Veiga Simões afirmou que todas as negociações relativas aos contratos com a Alemanha, no tocante a reparações en nature, foram feitas sem a intervenção da nossa legação em Berlim. É isto um caso que se me afigura extraordinário, visto ser contrário ao que fazem todos os outros países, que dão plenos poderes aos seus Ministros plenipotenciários.

De duas, uma: ou se tratou de desconsiderar duma forma manifesta o nosso Ministro, o que custa a acreditar, porque não é desconsiderando um Ministro que um país se. prestigia; não é deixando de o ouvir que se defendem com mais calor e entusiasmo os interesses do Estado, ou então, o que também não posso aceitar, fez-se isso por o Sr. Veiga Simões não ter aptidão nem mérito para ser ouvido e para tratar desse assunto junto dum Governo estrangeiro.

O Sr. Veiga Simões diz que, se tivesse 3, seu cargo a questão das reparações,

Portugal já teria recebido tudo o que lhe compete.

Poder-se há tratar dum destes casos que o público classifica de f arrancas ; mas, emquantio isto não for desmentido por quem tenha categoria oficial para o fazer, é-me lícito duvidar se realmente os nossos interesses junto da Comissão de Eepàrações foram defendidos com o calor, o entusiasmo e o zelo que seriam para desejar..

O Sr. Augusto de Vasconcelos (com autorização do orador):— Como eu tenho a honra de conhecer o funcionário que está representando Portugal na comissão de reparações, que é o Sr. Armando Navarro, cometeria uma grave injustiça se não dissesse que tenho relativamente ao seu zelo, dedicação e inteligência a melhor impressão e a certeza de que tem defendido com a mais dedicada boa vontade os interesses do país*.

O Orador: — Isso não quere dizer que os interesses de Portugal não estivessem igualmente bem defendidos se esse encargo fosse conferido ao Sr. Veiga Simões.

O orador não reviu.

O Sr. Procópio de Freitas:—Pedi a palavra para explicações a fim de esclarecer S. Ex.a, o Sr. Joaquim Crisóstomo, no que respeita à pretensão de os alunos do Instituto Industrial do Porto quererem fazer exame nessa cidade.

Tenho a dizer a S. Ex.a que fui também procurado por um aluno desse Instituto, que veio a Lisboa tratar do mesmo assunto em nome dos seus colegas.

O assunto foi tratado junto do director geral da instrução industrial e comercial, Sr. Álvaro Coelho, que mostrou o maior interesse em que fosse satisfeito o pedido desses alunos, tendo-me dito hoje mesmo, que já falou sobre o caso com o Sr. Ministro do Comércio, que se mostrou na disposição de satisfazer o fpedido.

Disse-me mais o Sr. Álvaro Coelho, que ia pedir informações.para o Porto, não só pelo correio, como também pelo telégrafo, sobre o número de alunos que desejavam fazer exame, e quais as disciplinas, para providenciar nesse sentido.