O texto apresentado é obtido de forma automática, não levando em conta elementos gráficos e podendo conter erros. Se encontrar algum erro, por favor informe os serviços através da página de contactos.
Não foi possivel carregar a página pretendida. Reportar Erro

Sessão, de 16 de Julho de 1924

nossas relações comerciais com os diferentes países, como tenho a certeza absoluta, Sr. Presidente, de que os nossos delegados se portaram duma maneira tam patriótica, que facilitaram imenso as relações comerciais que estão em preparo, como sejam as de Portugal com a França.

Tenho a certeza também-de que com a representação de Portugal na Conferência nós teremos obtido facilidades em negociar com a Espanha um tratado de comércio, bem como com outros países.

Mas, Sr. Presidente, apresento estes factos para que simplesmente eles possam influir no ânimo do novo Ministro dos Estrangeiros, que precisa duma grande assistência diplomática para poder levar Portugal a uma solução, não digo de ganância, mas de conveniência e de utilidade.

Aproveito a oportunidade para mandar para a Mesa um projecto de lei alterando uma das disposições da lei orgânica do Ministério dos Estrangeiros e roqueiro dispensa do Eegimento para ser lida ainda hoje.

O orador não reviu.

O Sr. Augusto de Vasconcelos:—Sr. Presidente: ter-me-ia doído sinceramente o ter sido chamado ao cumprimento dam dever, se a ele tivesse faltado; e ver--me-ia embaraçado 'para. responder neste momento, pois que o Sr. Ribeiro da Melo ao mesmo tempo que me reptava a cumprir um dever, o fazia por uma forma tam amável e gentil, que eu não saberia como fazê-lo.

Mas não faltei ao cumprimento dum dever.

É que S. Ex.a esqueceu-se de que a comissão inter-parlamentar de comércio é mixta; compõe:se de Deputados e Senadores e por conseguinte eu, • antes de vir para a sessão pública dar conta dos meus actos, não podia deixar de ter para essa comissão a atenção que ela me merece.

Julgo do meu dever vir a esta Câmara dizer aquilo que fiz, mas não podia deixar de ter a devida atenção para com os membros da outra Câmara.

A comissão em questão não tem podido reunir, por não haver Ministro dos Estrangeiros. S. Ex.a está ainda numa situação 'muito especial, que lhe

não permite fazer a convocação respectiva.

Eis por que eu não vim dizer aquilo que fez a comissão inter-parlamentar do comércio.

Pode ser este modo de ver falso, mas é o meu critério. Se o Senado julgar que ele não é bom, não terei dúvida em seguir qualquer indicação que seja feita.

Devo, porém, desde já declarar que, se eu tivesse até à última sessão de Bruxelas qualquer dúvida sobre se era necessária a nossa representação naquela comissão, depois da sessão respectiva, essa dúvida teria'desaparecido por completo.

E mais do que as palavras — porque S. Ex.a o que gosta é de factos — os factos falarão por ruim.

O que eu estranho muito é que seja um parlamentar que venha atacar as Conferências Internacionais. de Parlamenta-

Eu esperava do Sr. Ribeiro de Melo o ataque às conferências dos Governos, e ás vezes com muita razão, mas conferências de parlamentares, procurar que a instituição parlamentar em todo o mundo se dignifique, que os representantes dos Parlamentos se reunam e que tratem de se ocupar das grandes questões que preocupam o Mundo, essa orientação não a esperava eu do Sr. Ribeiro de Melo.

Com aquela amizade que me dá direito a uma certa franqueza e ainda com esta lastimável superioridade de idade que eu tenho sobre o Sr. Ribeiro de Carvalho, eu direi que neste assunto S. Ex.a está fundamentalmente reaccionário.

Tenho dito.

Risos.

Foi concedida a urgência a um projecto da autoria do Sr. Ribeiro de Melo.

O Sr. Querubim Guimarães: — Sr. Presidente : pelo que vejo nos jornais, parece-me poder concluir que continua na Câmara dos Deputados, em câmara, ardente, o novo Governo, o que é bastante para lastimar, porque a instituição parlamentar, assim transformada numa câmara mortuá-ria% confrange-me e incomoda-me.