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tèessâo de 22 dz Julho de 1924

do Estado, Bairros Sociais, Lazareto, comissões de sindicância ern sustento de exploradores, lugares oficiais pagos sem que sejam ocupados, parlamentares que roubam a Nação faltando às sessões, um rosário do baixesas, cobardias, traficân-cias que as mãos criminosas vão desafiando sem receio de algemas!

Ah! isto magoa. Bem sabemos que foi sempre assim ou pior, muito pior mesmo ; mas era da nossa fé que fosse deixando de o ser, porque- o homem c as instituições se elevam, elevando a consciência e o sentimento. ^Pois níto é triste que dentro da República se registem misérias, baixezas, vilanias e crime;», como dentro da Monarquia?

E são os próprios culpados os que, mais das vezes, pedem repressões, reclamam ordem, apontam cadastrados, invocam virtudes antigas, armam legionários e pregam religião, como se o que aí está, o mal, a crise da actualidade, tudo isso que condenamos e nos magoa não fosse o qUe sempre foi, mil veses mais fatídico e monstruoso em outros períodos da vida portuguesa!

Mas, no íntimo, bem se importam eles com o mal e com a crise, que eles provocam e avolumam, bem se importam eles com a influência que toma e arrebanha muitas almas ante as ladroeiras e o luxo que delas vive ; ante o custo da vida e a miséria, as doenças, as angustias desse custo derivadas!

Bem se importam eles com a fermentação da revolta, da raiva, do' ódio, de tudo ^que pode produzir a- explosão das cóléras e dos delírios, que tanto pode amarfanhar almas no silêncio álgido dos martírios, como crispa-las no arremesso da bomba vingadora!

José Augusto de Castro que vive num recanto da província, livre das intrigas de alfurja política a'que nós temos estado sujeitos, é bem o porta-voz da opinião republicana da Nação.

Não se deve admirar o Governo por ser recebido nos termos e nas condições em que o faço. Estou sopeando os frémitos da minha indignação por ver sentado na caileira de primeiro Ministro da República o Sr. Rodrigues Gaspar antigo franquista filiado.

Faço todos os possíveis por varrer a, minha testada farto de esperar por um

Ministério que traga a ressurreição da política republicana, farto de esperar que o meu .partido dê à Nação a figura mais categorizada e mais indicada entre os seus partidários para corresponder ao valor insofismável do mais forte esteio da República, a cuja vitalidade, pureza de princípios, rigidez patriótica e fé republicana assistimos ainda há poucos meses no congresso que se realizou na cidade do Porto.

O que é preciso, Sr. Presidente, é que aqueles que de qualquer modo são contrários ao Governo do Sr. Rodrigues Gaspar tenham a coragem de o afirmar e dizer.

Devo declarar que des.de a primeira hora em que tive conhecimento de que ia ser escolhido, para organizar o novo Governo, o Sr» Rodrigues Gaspar, declarei que era uma péssima escolha a de S. Ex.a e. portanto, que tudo faria para me colocar na mais acirrada das oposições.

Tenho, assim, pretendido dizer à Câmara e ao País, se uma e outro se interessam por estas questões, quais os motivos por que eu não quero o Sr. Rodrigues Gaspar como primeiro Ministro da República.

Os Ministros ,que acompanham S. Ex.a são pessoalmente, para ruim, merecedores de consideração. Eu já disse, quando me referi aos discursos do,s leaders desta casa do Parlamento, nos seus cumprimentos ao Governo, que todos os restantes Ministros mereciam a minha 'estima e só forçado por um aguerrido sentimento republicano eu me encontro na situação de combate ao Governo Rodrigues Gaspar, e tanto assim é que me voto prazenteiramente, com toda a satisfação^ ao dever de reíerir-me a S» Ex.*s