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de 22 de Julho de 1924

fazor o aumento das melhorias aos funcionários públicos que, de há muito, estão às portas da miséria, não se admire S. Ex.a se, porventura, os funcionários públicos lhe aparecerem amanhã de braços cruzados, à laia de Egas Moniz, seguidos de numerosa prole, para se entregarem à Caixa Geral de Depósitos, como única salvadora.

Mas o Sr. Ministro das Finanças parece que começou mal.

Já no primeiro dia da apresentação do Ministério S. Ex.a apareceu tarde e a más horas, e agora, convencido de que o orador que estava no uso da palavra ó funcionário da Caixa Geral de Depósitos, abandonou a sua cadeira de Ministro, naturalmente para não ouvir estas duras verdades.

Todavia, como o Sr. Presidente do Ministério ó o responsável pelas faltas de todos os membros do Governo, tenho a certeza de que S. Ex.a há-de transmitir ao Sr. Ministro das Finanças as considerações que fizer, a não ser que S. Ex.a esteja tam zangado comigo que não queira fazer este favor a um representante da Nação que tomou assento na esquerda desta Câmara. Quero referir me àqueles princípios de economia a que parecia obe decer o Sr. Álvaro, de Castro e a que prestou vassalagem o Governo do Sr. Rodrigues Gaspar.

•Quero referir-me a alguns esbanjamentos que se estão fazendo pela pasta das Finanças e que, certamente, são do conhecimento do respectivo titular.

Alguns deles já mereceram os meus reparos e lograram até um requerimento para que me fossem fornecidos os dados suficientes para eu poder analisar a situação em que se encontravam determinados funcionários contratados pelo Ministério das Finanças para a Inspecção de Câmbios, pois não se compreende que, havendo tantos directores gerais adidos, tantos funcionários adidos, fosse o eníão Ministro das Finanças, combinado com a Caixa Geral de Depósitos, representada pelo Sr. Daniel Rodrigues, que é hoje o feliz titular da pasta das Finanças, contratar pessoal com o fundamento de que se carecia de técnicos, bem como um grande regimento, pelo número, de funcionários públicos que estão sob a sua dependência e que igualmente está custando

algumas centenas de mil escudos mensais à Nação.

Que são precisos. ^Mas precisos para quê?

Para baratear a libra?

Não me parece.

O Sr. Presidente do Ministério há-de saber que a libra está a 157$, e quando o Sr. Álvaro de Castro criou esta Repartição de Câmbios, que tem o placet da Caixa Geral de Depósitos, de que é director supremo o Sr. Daniel Rodrigues, a libra estava a cento e vinte e tantos escudos. Portanto,

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l. Não será possível acabar com esta Repartição dos Câmbios?

A lei n.° 968, do 10 de Maio de 1920, criou uma comissão para receber dos monárquicos aquelas indemnizações a que o Estado se julgou com direito por virtude de haverem tentado restaurar a monarquia no Porto e, porque eles tivessem causado danos importantes, entendeu a República dever fazer uma lei obrigando os monárquicos a pagar essas indemnizações.

,;E sabem V. Ex.as quem é o presidente dessa comissão? É o Sr. general Abel Hipólito.

Dessa comissão faz também parte o Sr. Oliveira e Silva, o famoso chefe da l.a Repartição da Contabilidade, o precioso e indispensável auxiliar do director geral da Contabilidade Pública, o tal funcionário superior que foi à Companhia dos Tabacos descobrir aquela dupla escrita é que veio dizer ao Sr. Álvaro de Castro: a Alvícaras! Aqui estão vinte e tantos mil contos»!

E o País que leu isso, em letras grossas, nos joruais, disse: «Agora é que é comer! Com certeza que isto vai influir no câmbio»-!