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Diário 'das Sessões do Senado

um liomem de bem; eu disse, desafiando até os protestos de V.Ex.% quo o Sr. Nunes da Silva é um reaccionário, um politi-cão que ao inspeccionar várias comarcas do continente não sabe esconder esses terríveis e condenáveis defeitos que abundam no inconfundível inspector supremo da nossa magistratura.

Atrevo-me a pedir ao Sr. Ministro da Justiça e dos Cultos, talvez com os protestos do Sr. Pereira Gil, que traga a esta Câmara uma proposta de lei no sentido de obrigar os conservadores do registo predial a exercerem as suas funções públicas.

Tais privilegiados funcionários, qoe são tam somente donos e senhores de chorudos lugares, bem merecem que a República revogue a lei especial que a monarquia foi obrigada a fazer para à sombra dela respeitar a influência do Conselheiro Veiga Beirão. Os conservadores do registo predial, em regra, não estão à frente dos seus lugares. Substituem-se e vão advogar ou passear a vida feliz e rendosa para ontros pontos do país.

(iSerá isto uma função moralizadora, Sr. Ministro da Justiça e dos Cultos?

Não me parece.

Pode o Sr. Ministro da Justiça e dos Cultos confirmar o escândalo de que, ern tempo, o conservador do registo predial da Póvoa de Lanhoso foi nomeado professor dá, Escola Primária Superior de Braga, j É espantoso e único! \ Que raça de gente nos tem governado! j Que falsos republicanos!

O Sr. Ministro da Guerra, oficial dos mais brilhantes, não merece os parabéns por ter cedido ante os rogos daqueles que engendraram o Presidente Sr. Rodrigues Gaspar.

É para admirar como ainda não caía o Sr. Rodrigues Gaspar pelo facto de ter como Ministro da Guerra o Sr. Vieira da Rocha, porque, sempre que se obriga S. Ex.a a sair do seu lugar de comandante da guarda republicana, o Governo vai ao chão.

Os parabéns vão para o exército português, por ter à sua frente, 'como Ministro, uni general e não, simples capitãezi-nhos que não podem merecer a confiança e respeito dos seus camaradas.

A política de campanário a que hemos assistido sem protestos de maior levou

ao Ministério da Guerra oficiais pouco mais de subalternos. Como os estreitos galões da patente miíitar não impusessem aquele respeito que se faz mester, apelou--se para as estrelas e temos hoje na nossa legislação um decreto com força de lei que substitui as divisas douradas dos jovens oficiais pela constelação prateada, símbolo da ponderação e justa velhice dos. anos que dá, em regra, saber e autoridade aos chefes dos exércitos de terra e mar.

Deveremos por outro lado lamentar a sua falta no comando das guardas nacionais republicanas.

Vejam-se os acontecimentos trágicos da feira da Rotunda. Deram-se não estando S. Ex.a no comando.

Já que S. Ex.a está nesta pasta, os meus votos são por que desempenhe o seu lugar com a inteligência e patriotismo que lhe são peculiares.

O Sr. Ministro da Marinha, o único que vem do Governo do Sr. Álvaro de Oastro, é um Ministro a quem tenho de dizer que afaste de si aquele espírito de classe de que é vítima.

vS. Ex.a que é um excelente oficial e melhor cidadão, deve libertar-se daquele poder oculto dos almirantes e contra-al-mirantes que não eram conhecidos como republicanos em 1910 e nos quais o povo não contía.

O Sr. Ministro dos Negócios Estrangeiros ó um distinto oficial do estado maior do nosso exército, adido militar em Paris, pessoa culta que conhece efectivamente a política internacional. A S. Ex.a envio os meus cumprimentos, cumprimentos mais que protocolares, esperançado em que saiba, como Ministro dos Negócios Estrangeiros, prosseguir na costumada crítica sincera e justa dos maus actos praticados por antecessores seus. Tenho a certeza absoluta de que S. Ex.a, como Ministro dos Negócios Estrangeiros, há-de saber desempenhár-se cabalmente das importantes e delicadas funções que no actual momento muito importam para o prestígio da Pátria.

Não pretendo fazer rapa-pés nem lison-gear o novo Ministro dos Negócios Estrangeiros pelo facto de ser funcionário do seu Ministério. Estou acima destas cousas que só preocupam os vazios e tolos.