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ário das Sessões do Senado

tempo pôr em execução a lei de responsabilidade ministerial e presidencial promulgada pelo governo a que presidia o Sr. Dr. Bernardino Machado, lei essa que está propositalmente esquecida, porque levaria à cadeia, se houvesse juizes em Portugal, uma grande parte dos Ministros da República.

Continuando a via-sacra das referências a que os cumprimentos me obrigam, direi, Sr. Presidente, que o ' Sr. Ministro das Colónias é uma das criaturas mais simpáticas que se sentam nas cadeiras ministeriais, e ao qual certamente todo o Senado endereça os votos de melhores felicidades. (Apoiados}.

Dirijo a S. Ex.a os meus cumprimentos como amigo sincero, afirmando que a voz do rouxinol como S. Ex.a crismou, por uma questão de suma gentileza, a minha voz se não apagará jamais para louvar todos os bons serviços que prestar na gestão de tam importante pasta, mas que enrouquecerá protestando quan-(do S. Ex.a não fizer aquilo que o seu l temperamento e inteligência de republicano lhe impõe.

O Sr. Ministro das Colónias tem a restrita obrigação de meter o Banco Nacional Ultramarino nos eixos, tem a obrigação de defender o comércio colonial das garras do Banco Nacional Ultramarino, tem o dever de obrigar o representante do Governo junto desse banco a cumprir com os deveres do seu cargo de confiança como fiscal representante do Governo da República.

O Sr. Ministro das Colónias tem obrigação também, por intermédio do delegado do Governo, de exercer uma activa fiscalização sobre aquelas pessoas que o Banco Nacional Ultramarino nomeia para as suas agências nas colónias e Brasil, visto tratar-se de banco emissor do Estado, porque são nomeados quási sempre indivíduos desafectos ao regime republicano.

Tem obrigação também S-, Ex.a de acabar com o regime dos Altos Comissários, que não tem dado resultado nenhum, e seria uma prova de coragem, porque o Sr, Rodrigues Gaspar, que foi Ministro das Colónias durante dois anos, não pôde ou não soube ser coerente com o seu pensar, tantas vezes manifestado no Parlamento»

O Sr. Ministro da Instrução basta ser meu conterrâneo para merecer da minha pessoa afectuosos cumprimentos.

Além do respeito que eu tenho por aquelas pessoas que são altamente instruídas e inteligentes, e que por provas públicas manifestam o seu alto saber, merece-me S. Ex.a uma especial atenção, porque sempre o encontrei afável, lhano e distinto no curso das nossas relações. Pela sua condição de professor da Faculdade de Direito, pela sua inquebrantável fé republicana e sob o forte desejo de ser útil à Pátria, faço votos para que S. Ex.a faça aquilo que a República prometeu, uma propaganda republicana por intermédio da escola, acabando com o analfabetismo vergonhoso e que no ano de 1924 ainda se aponta como estacionário e permanente em todo o território português.

Os professores primários em regra, a não ser os de Lisboa, Porto e outras cidades principais, estão bem pagos; devem, portanto, corresponder aos desejos da Nação, trabalhando esforçadamente para se reduzir a percentagem, imprópria de uma nação civilizada, do analfabetismo que, talvez por não estarem convenientemente aparelhados para a luta, deixam assim de atender às necessidades da população 'escolar.

Tenho, pois, a certeza que S. Ex.a não desmentirá a sua j.usi;a reputação de professor inteligente e culto, e dedicará toda a atenção à pasta da Instrução.

O Sr. Ministro do Trabalho, outro colega nosso desta Câmara—e nisso parece que o Sr. Rodrigues Gaspar quis prestar uma homenagem ao Senado, tam obliterado pelo Poder Executivo, deve ter efectivamente um grande trabalho de registar, como criminologista distinto que é', todos os crimes resultantes dos erros que há-de praticar o Sr. Presidente do Ministério e Ministro do Interior.

Risos.