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âria das Sessões, da Senado.

O Sr. Procôpio de Freitas (para explicações):— Sr. "Presidente: o Sr. Ribeiro de Melp, que praticou um manifesto acta de rebelião doritro do seu partido, no qual já de há muito é conhecida a desordem que tá existe, iniciou o seu discurso apreciando palavras proferidas por alguns leaâers desta Câmara, a quem chamou keepers, como se aqui estivéssemos a tratai* de foot-ball.

Parece que S. Ex.a estranhou a rnpha atitude, nesta Câmara, como representante do Partido Republicano Radical, por dois factos: primeiro por ter apresentado os meus cumprimentos ao Governo e haver feito referencias a dois dos seus ilustres membros, meus patrícios.

Ora eu creip que as ideas radicais não são incompatíveis" com a delicadeza e com as atenções que devemos ter para com as pessoas a quem nos dirigimos.

Afirraou 'também S. ík.a que eu tinha dito "esperar que o Govêrnp resolvesse a situação económica, financeira e social.

S. Ex.a e§tá profun4amente enganado. Eu não disse semelhante coesa.

j Como é que eu poderia esperar que o Governo resolvesse a, nossa situação económica, financeira e social, se eu acabei o meu discurso por dizer que o Governo me não merecia' confiança e que, portanto, não podia 'contar com ele l'

G Sr. Ribeiro de Melq: — Pregunte V. Ex.5 aí ao Sr. "Machado 'de Serpa.

O Sr. Machado de Serpa: —V. Ex'.a faz-me o favor' de me não meter no jogo. Eu não sou jogador, de faot-hall.

De mais a mais aqui o que se quere- é talento na cabeça,' e não força nos, pés.

Risos,

O Orador: — S. Ex.* pareceu querer indicar qae a coragem era apanágio seu.

; Pois há mais alguém que a tenha!

O" Sr. Ribeiro de "Melo para completar o seu acto de coragem, devia abandonar o seu partido, com cuja orientação se vê estar" em desacordo. Não digo isto a, fim de atrair S. Ex.a ao meu partido, embora fosse bem recebido, assim como todos os bons republicanos homens de bem.

O que é absolutamente indispensável é alterai o xadrez da política, de modo a que, dentro fios partidos, haja homoge-

neidade e disciplina, porque acima da política e dos interesses' de cada um, está o País.

Assim, será a única forma c^e entrarmos em vida nova, e é por isso que o Sr.. Augusto de Vasconcelos muito bem dissp que era frequente ver um Governo que se dizia radical, pôr em prática medidas conservadoras e um Governo conservador apresentar as medidas mais radicais, porque nos partidos conservadores se encontravam os homens mais radicais e vice-versa.

Ora isto deixará de acontecer quando se fizer uma remodelação política, quando todos estejam disciplinados dentro dos seus partidos e quando, os partidos não se formarem em redor de homens, mas sim em obediência aos princípios.

O. Sr. Ribeiro de Melo (para explicações) : — Sr. Presidente: começo por pé.-dir desculpa ao Sr.. Procópio de Freitas por eu ter julgado mal das palavras proferidas por S. Ex.a, nesta Câmara, quando louvaminhando o. Governo da Presidência do Sr. Rodrigues Gaspar, me pareceu que os louvores e encómios dirigidos ao Sr. Presidente do Ministério, não eram simplesmente protocolares, pois se me afigura terem, excedido todo o. protocolo em uso nesta casa do Parlamento.

Q Sr. Procópio de Freitas diz que atacou Q Governo do Sr. Rodrigues Gaspar.

Em boa companhia eu esto u j portanto.

Agora, deixe-me V. Ex.a, Sr. Presidente, dizer que este meu discurso de ataque ao Sr. Rodrigues Gaspar não. significa que eu deseje sair do- Partido Republicano Português, como também não, peço para nele continuar a ficar.

Estou onde entendo que devo estar e , não receio sanções do meu partido, como. também não. as reclamo para nenhum dos seus membros.

A minha feição de insubmisso/não. querg dizer que. eu esteja à espera que me abram as pcrtas do. Partido Republicano Raclical.

Irei para onde. for preciso, para defender a República.

Mas ter a esperança de ver amanhã redimida a República, pelos republicanos, de frasca . data, isso não. Já sofri muitas desilusões.