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Diário das Sessões do Senado

dúvida em dar o meu voto ao requerimento.

Foi aprovado o requerimento em prova e contraprova requerida pelo Sr, Costa Júnior,

O Sr. Gosta Júnior: — Sr. Presidente: chamo a atenção de V. Ex.a para as minhas considerações, pedindo que as transmita ao Sr. Ministro da Agricultara»

Vi hoje publicado nos jornais que a comissão encarregada de .fazer o preço para o trigo, fez agora esse tabelamento. Desejaria saber se as compras de trigo feitas até agora pela Manutenção Militar teriam sido efectuadas ad referendum ou pela nova tabela, ou pelo preço da tabela antiga.

Sr. Presidente: devo esclarecer que esses trigos foram comprados peio preço da tabela antiga donde resulta para o Estado um lucro grande.

Consta-me, porém, que alguns lavradores vão apresentar reclamações relativas à diferença entre as duas tabelas.

Estou convencido de que o preço do pão tem de variar.

E isso um caso grave porque a população de Lisboa es Lá lutando com dificuldades provenientes da crise económica, ev do facto de os géneros, quási de minuto para minuto, estarem subindo de preço. A manterem-se os diagramas actuais, o pão não se pode vender pelo mesmo preço, partindo do princípio que a taxa que se dá para a panificação e para a moagem se mantenha, embora seja excessiva, e a ponto de estarem tirando lucros como nunca tiraram da guerra para cá. .Esses lucros não estão em proporção com os que tinham em 1914.

Fábricas tem havido que, tendo sido adquiridas há dois ou três anos por 400 e 500 contos, estão distribuindo dividendos de 150 contos, e isso à custa do povo consumidor.

Esperarei que esteja presente o Sr. Ministro da Agricultura para tratar mais desenvolvidamente deste assunto. O orador não reviu.

O Sr. Júlio Ribeiro: — Sem o menor comentário devo comunicar à minha Câmara que fui procurado por genle categorizada da Associação dos Lojistas de Lisboa, que me disse que, pola muita

consideração que tinham pelo Senado e por mim, me participava que o cavalheiro que disse, em assemblea geral daquela colectividade, que, noutro país,, eu já estaria na cadeia, ó o Sr. João de Almeida Costa que, antes de falir, se chamava João da Costa Júnior.

O Sr. Presidente:—Vai ler-se para entrar em discussão o projecto de lei n.° 221.

Dispensada a leitura, a requerimento do Sr. Vicente Ramos, é aprovado, sem discussão, tanto na generalidade como na especialidade,

A requerimento do Sr. Mendes dos Reis, é dispensada a leitura da ultima redacção.

O Sr. Presidente:—Interrompo a sessão até poder continuar 9 debate de apresentação do Ministério.

Eram. 16 horas e 3 minutos.

Reabertura da sessão às 16 horas e 7 minutos com a presença do Ministério.

Continua no uso da palavra o Sr. Joaquim Crisóstomo.

O Sr. Joaquim Crisóstomo : — Sr. Presidente : vou procurar resumir as minhas considerações porque a discussão vai já longa.

Parece, pelo relato dos jornais, apurado que o actual Governo se propõe continuar a obra do Sr. Álvaro de Castro.

Com a franqueza que me caracteriza, de\o declarar que não sei o que é essa obra.

Parece ser uma obra que deve ter qualquer cousa de notável, digna de ver-se e de se impor, quando ao estudá-la não encontrei qualquer coosa que merecesse a minha aprovação e que tenha despertado a seu favor aplausos e louvores.

Temos de apreciar a obra°do Governo principalmente pelos seus feitos e consequências.

Ora eu, desde que reflito, medito e pondero sobre os resultados das medidas de carácter administrativo, chego à conclusão de que nenhuma delas foi útil, proveitosa, nem vantajosa para o país.