O texto apresentado é obtido de forma automática, não levando em conta elementos gráficos e podendo conter erros. Se encontrar algum erro, por favor informe os serviços através da página de contactos.
Não foi possivel carregar a página pretendida. Reportar Erro

Sessão de 25 de Julho de 1924

Se isto constar no estrangeiro, o que-daqui se conclui é que nós não estamos à beira da falência, estamos absolutamente falidos.

Se fosse noutro País, o Governo já tinha resolvido a crise, mas aqui nada se faz, de cousa alguma se cuida.

E para este ponto que eu chamo a atenção do Sr. Ministro -das Colónias que há-de rodear-se de um conjunto de homens de valor pára fazer frente a esta questão, que se resume a final em fazer um novo contrato, sem ser à moda do . Sr. Álvaro de Castro.

Por isso é necessário resolver de pronto esta questão que é muito importante.

^Sabem V. Ex.as os resultados disto?

As atitudes semelhantes àquela assumida pelo general Sr. Gomes da Costa na Escola Militar perante o Sr. Presidente. da República.

Esse mesmo general Sr. Gomes da Costa, foi castigado em tempos, com 30 dias de prisão na praça de Eivas, por dizer inconveniências e mais tarde Beneficiado ou remunerado com uma missão honrosa no ultramar.

Há quem suponha que o Sr. Gomes da Costa ó um valor importante em Portugal e que pode reunir à sua volta um número de homens suficiente para fazer uma revolução.

Pois eu falo claramente: Que venha o Sr. Gomes da Costa, para que o País diga se quere uma ditadura ou se quere o regime liberal.

Precisamos de situações claras e definidas.

A Câmara já deve conhecer algumas passagens desse discurso, mas o Sr. Ministro da Guerra parece que não o leu porque não deu sinal de si.

O Sr. Gomes de Costa entrevistado por por um jornal declarou que não apresentava ao Sr. Ministro das Colónias nenhum çelatório sobre a sua missão ao Oriente, porque não lhe ligava importância, e com respeito aos funcionários do mesmo Ministério acrescentou que eles eram não só uns incompetentes, mas que eram como os cegos: só cantavam quando lhes pagavam.

Fez-se um inquérito, veio o relatório publicado no Diário do Governo e ficou tudo, como se diz vulgarmente, em águas .de bacalhau.

Ora não é esta situação que convém.

Ou o Sr. Gomes da .Costa disse aquilo que o jornal publicou e nesse caso deve sofrer a respectiva penalidade, visto que t não se provou nenhuma das suas acusações, ou o repórter atribuiu ao Sr. Gomes da Costa o que ele não disse e então esse noticiarista devia ser julgado e condenado, aplicando-se-lhe uma pena pesada para que não se repetissem factos desta natureza.

Não se compreende que se ande a desacreditar por esta forma as repartições do Estado, e quando -se lhe toma respon-' sabilidades se retrate, não sofrendo qualquer castigo.

Todos conhecem o que o Sr. Gomes da Costa, disse na conferência feita na Escola Militar, a que já me referi, na presença do Sr. Presidente da República.

Ora francamente, um general que devia ter a compreensão das suas respon-sabilidades e medir o valor das palavras que profere, devia ser chamado a prestar contas do que disse nessa sessão em que estava reunida uma parte importante da nossa sociedade, e a que assistiu o Sr. Presidente da República.

Sr. Presidente: expressões desta natureza, vexatórias para o nosso País, e fazendo previsões do descalabro da nossa nacionalidade, parece-me que não podem passar despercebidas e devem ser rigorosamente punidas.

O Sr. Ribeiro de- Melo (interrompendo):—Publicou-se em França um livro escrito pelos principais generais que fizeram a guerra, em França, em que eles atacam a política, sobretudo a política de Poincaré.

Dizem eles:

«Nós, os generais', que não queremos a desocupação do Ruhr, é que somos os miseráveis de França, e os políticos, que querem que retiremos do Ruhr sem a Alemanha pagar, ,;então- esses é que são os bons?

Nós, os generais, que fizemos a guerra e que evitámos que o património francês fosse assolado, somos os maus,