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Diário da* Sessões do Senado

E sina triste desta Kepública!

Nós encontramos anomalias neste País verdadeiramente estranhas, e eu convenço-me de que, se este país pudesse, pequeno como é, conter-se de qualquer modo no espaço acanhado e restrito duma gaiola, e ir em exposição por esse mundo além, certamente que seria bem rendoso para a empresa que o explorasse.

Infelizmente, nós assistimos na Câmara dos Deputados ao ataque violento, apesar de ser coberto da expressão irónica do Sr. Presidente do Ministérioj que, não tendo voz, não tendo figura, é, sem dúvida, um verdadeiro parlamentar, a propósito dos aventureiros que iam encontrar em .Londres um sanatório para as suas doenças físico-morais. E todavia nós assistimos a esta anomalia de um homem fazer esse ataque quando não estava no Poder, e de pouco depois, sendo Presidente do Ministério, deixar que continue em Londres o Sr. Norton de Matos.

Sr. Presidente: acima de tudo, está o bom nome e a honra do País, e depois dos ataques que legitimamente têm sido dirigidos ao Sr. Norton de Matos, depois da fuga de S. Ex.a da província de Angola, que deixou num caos, não compreendo, que esteja a representar-nos em Londres um homem que tantas provas deu de incapacidade administrativa e que pelo actual Presidente do Ministério foi considerado um aventureiro.

Ao olharmos para a declaração ministerial vemos nela dedo de mestre.

S. Jix.£ afigurou-se-me um bom bla-gueur.

É um papel que nito diz nada. Continua a manter as tradições de homem de bom humor e de espírito fino que tem.

Absolutamente nada. Tem-se inutilizado tudo quanto havia de bom no tempo da monarquia.

jjOnde está a previsão dos homens da Kepública?

O Sr. Presidente: — S. Ex.a fica coma palavra reservada.

Tem a palavra para antes de se encerrar a sessão, o Sr. Júlio Ribeiro.

Antes de se encerrar a sessão

O Sr. Júlio Ribeiro:—A todo o Ministério em geral e em especial ao Sr. Ministro do Comércio, a cuja pasta me vou referir, dirijo as minhas saudações, afirmando-lhes a minha solidariedade.

Nas últimas tarifas estabelecidas pelos caminhos de ferro, a respeito do transporte de trigos e de farinhas, ficou a vigorar para as fábricas do norte a mesma taxa acrescida dum pequeno aumento, em-quanío que para as fábricas do sul triplicou.

Isto é uma anomalia que não pode permitir-se, porque dá o resultado de não valer a pena ao norte mandar vir trigo, mas apenas farinha, porque o transporte é mais barato, o que pode dar em resultado a paralisação das fábricas do norte.

Chamo a atenção de S. Ex.a o Sr. Ministro do Comércio para este caso e estou certo que S. Ex.a providenciará para que isto não continue.

Disse.

O Sr. Presidente:—A próxima sessão é na têrça-feira, à hora regimental, com a mesma ordem do dia.

Está encerrada a sessão.

Eram 19 horas.