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Séiè&õ de 25 de Julho dê Íí)$4

enriodòáni e enxovalham a Èêpúbíica, o» fyue é pouco ou nada, mas que' envergonham, ennodoam e enxovalhara a Nação" portuguesa, que é tudo.

Sr. Presidente: a cada passo' se odve falar nos escândalos dos Bairros Sociais, nos escândalos dos Transportes Marítimos, nos escândalos do Lazareto, em toda essa longa série de escândalos da administração republicana.

Podem V. Ex.as, republicanos, entender que ea nãd posso permitir neín admitir que na administração de um país não haja uma mácula, è que os go"vèrnantes estejam toaòs isentos de culpas, que haja uma entidade capaz de arrostar com todas as pressões dá clientela política, Oii dos grupos e grupelhos que o sustentam rio' 1*0-dér.

Bem sei que todas as administrações têm mácula, mas depois de catorze anos deste regime é tempo já pára se poder afirmar como um regime honrado, cap'áz de punir com severidade todos esses que têm abusado torpemente da complacência de nós todos, da própria covardia dê todo s^ nó's.

É tempo, Si*. Presidente, de se encarar a questão como ela deve ser vista, de nos deixarmos de sofismas e aparências, e de dizer a verdade sempre com aquela nobreza e dignidade com que ás pessoas que se sentam nestes lugares têm obrigação de falar porque não falam só para â Câmara, falam para o País, inteirei.

E querem V. Ex.as convencer-m0 a mim, afecto à velhat causa que morreu em 5 de Outubro' de 1010, convencer-me de que eu', proferindo ás palavras que pró-, firo, sendo por vezes sangrento para a administração dá República, falseio o ínèu ' mandato.

Não há ninguém que tenha a coragem de dizer que falseio a verdade manifestando-me dá maneira por c[ue estou falando.

Sr. Presidente: ó bem difícil, impossível até para mim, restituir essa confiança na moralidade da administração republicana que a destruiu, chegando-se a este perigo: 'de um Estado que conseguiu arrecadar nos seus cofres milhares e milhares de contos que espoliou à Igreja, que arrebatou para si os bens da Igreja, que os vendeu em hasta pública, re que realizou uma importância extraordinária que

nunca foi capaz de dizer a soma desse rendimento, um Estado que terh con&tan-teínente agravado o contribuinte português, qu'e hoje pensa ainda em actualizar os impostos peste País, porque precisa pa: gár no fim do mês àò funcionalismo civil é militar, corré-sé ò perigo é a vergonha de não-poder pagar aos setis' serventuários.

O Estado vai ao património nacional e seln consideração absolutamente tienhii-•rná ao menos |jelá ingenuidade deste povo simples que tudo vai permitindo até quê um dia despedaçancttí-se ò património nacional, espoliárido-.nos daquilo1 que é dê todos nós, roubándq-nos o crédito, fazendo esse atentado ã dignidade nacional corh a publicação desse decreto=qtíe rèdií-ziu os juros da divida externa, decreto que tem servido' para nos enxovalhar lá fora e que, segundo se diz, produziu" tamanho efeito na praça de Londres; que" o Sr. Alto Comissário de Moçambique não conseguiu realizar ali o empréstimo para aquela província, decreto que foi ditatorialmente publicado sob o fundamento duma autorização que não existe, e qué,-ainda mesmo que existisse, já tinha caducado havia muito.

Esse decreto, que rios espoliou do que era nosso, fez com que se revoltasse ò sentimento nacional contra o procedimento' de uni Governo que, péla calada dá noite, com todo o recato j ao abrigo dtís olhares perscrutadores, nds levod para Londres a prata c|ue era uma garantia iioSsa, uma garantia dê todos aqueles que são portadores dum papel que ó inconvèr-tível;

^E assim com estes processos, comestes sistemas dê administração

Eu falando assim, estou dando elementos aos meus adversários e mostrando--Ihes o quadro negro da nossa situação.

Nestas minhas palavras vibra mais o sentimento português, do que a de monárquico, e o que eu pretendo é ver se há alguma soma de reconhecimento da verdade e alguma energia que se faça com que os governantes da República modifiquem os seus processos administrativos.