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receiem V. Ex.as? Srs. Ministros, que eu os vá importunar nos seus gabinetes para lhes solicitar favores. Sou das pesspas que menos percorrem a via sacra do Terreiro do Paço. Desde ha muito tempo eu me habituei a tratar das ques-tQ.es do meu distrito deste mea lugar de Seria.dor, para que as minhas palavras fiquem devidamente registadas e sejam devidamente testemunhadas, porque infelizmente vivemos num tempo em qae os nossos adversários, quando não conseguem vencer-nos, quando não conseguem desbancar-nos em luta aberta, recorrera • ao insulto e à calúnia para nos demolir, chegando até ao cúmulo de nos atribuir aquilo que é obra deles, aquilo que, pela calada, promovem!

ÍJ por isso que eu me habituei desde Jjá muito a tratar das questões do distrito do Funchal deste meu lugar de Senador, porque tratando eu apenas de causas justas quero que as minhas palavras fiquem registadas no Diário das Sessões.

Com esse público e insuspeito documento eu posso comprovar a verdade do meu prpceder e esmagar as calúnias que os íneus inimigos procuram espalhar às mesas dos cafés ou vão bolsar em papéis imundos, que são a vergonha da sã e honesta imprensa.

E para que V. Ex.as, Srs. Ministros, não aleguem ignorância, e para que se .definam responsabilidades, eu chamo a atenção do Governo, e de um modo especial a do Sr. Presidente do Ministério,1 para que se digne transmiti-lo aos Srs. Ministros das Finanças e da Agricultura, três questões de importância capital para a Madeira e que precisam de ser solucionadas adentro 4a justiça e da moralidade.

Certo fico de que não apelo em vão para o Governo, de que não apelo em vlo para o Sr. Presidente do Ministério. Q primeiro caso é o que diz respeito .à livre importaçãQ de farinhas e trigo. A padeira não produz trigo nem o pode produzir.

" F.oi por isso que a Madeira sempre se revoltou emquanto não obteve a livre importação de farinhas' e trigos. Para consegui-lo travou-se uma longa e formidável luta, que atingiu por vezes uma acuidade perigosa, mas a Madeira acabou por

triunfar, obtendo finalmente a livre importação de trigos e farinhas.

Mas, diz-se agora, não sei com que fundamento, que há quem procure lançar um imposto ouro sobre as sacas que conduzem a farinha, o que quere dizer não se tributaria esta mas sim o envolucro ! A isto ser verdade, trata-se duma infâmia, duma autêntica traição.

A Madeira quere continuar a importar farinhas e trigo sem restrições de espécie alguma.

E ninguém, absolutamente ninguém, nos arranca esse pm-ilégio que alcançámos no fim de tantos anos duma luta árdua e porfiada.

E fique o Governo sabendo, e'registe a declaração para os devidos efeitos, se houver quem tente perpetrar esse atentado, tomarei eu, q.ue tenho a honra de poder afirmar que fui dos que mais concorri para que -a Madeira tivesse a livre importação de farinhas e trigos, a vanguarda do protesto e mais uma vez lutaremos até vencer-, sejam quais forem as consequências dessa nossa atitude.

O segundo assunto é o que- diz respeito a importação na Madeira de vinho do continente.

Sr. Presidente: há alguns anos atrás, a importação do vinho do continente em cascos era insignificantíssima.

*A Madeira importava uma. dezena e . nunca uma centena de cascos de vinho do continente em cada aao.

Nos iltimos três anos, porém, essa importação foi crescendo escandalosamente, até que, no última ano, atingiu centenas de pipas.

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Não, senhor.

Foi porque criaturas sem escrúpulos, criaturas que têm apenas em mira "a sua ganância, importavam o vinljo do continente, descorãvam-no e faziam uma mis-tela que só servia para desacreditar ,os preciosos vinhos daquela ilha.

E, a continuar assim, dentro em pouco ninguém distinguiria o que era bom vinho da Madeira do que era falsificado, advindo daí o aniquilamento duma das nossas maiores riquozas,