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Diário das Sessões ao Senado

às preguntas que me foram feitas, começando por pedir desculpa de o não ter feito, mas realmente não s.eg"ji os meus apontamentos, e daí o terem falhado alguns pontos.

Q Sr. Procópio de Freitas fezumapre-gunta: o que entendia eu por justiça social.

Eu não empreguei a palavra justiça social como filha da minha imaginaçíio mas sim como uma palavra perfeitamente conhecida, sobretudo pelos republicanos mais avançados, e fiquei realmente admirado que S. Ex.?, que representa aqui o Partido Radical, viesse preguntar uma cousa dessas.

Q Sr. Procópio de Freitas:—V. Ex.a

disse que era a hora da justiça social e eu não compreendi.

O Orador s -r-A justiça social, e eu referi-me a ela depois de ter falado na grande desigualdade que havia nas camadas sociais, o que eu entendo por justiça social é procurar que os de baixo vão subindo sucessivamente sem que os outros que estão em cima desçam.

É essa a justiça social duma forma resumida.

Apoiados.

• É que há muita gente que" entende que ser republicano ó bater muito com as mãos e com os pés, e, se não estão satisfeitos, gritarem bem alto que são radicais.

O Sr. Procópio de Freitas: — <_ p='p' justiça='justiça' as='as' sociais='sociais' social='social' satisfazer='satisfazer' é='é' reivindicações='reivindicações' _='_'>

Então está bem.

Q Orador: T-Nem mais nem menos. Mas isso tudo nos termos.

Preguntaram-me o que pensava o Governo acerca das relações com a Rússia.

Eu devo dizer a V. Ex.a que o pensamento do. Governo é estabelecer todos os convénios que possam interessar à economia.

Se' eles nos apresentarem -propostas que sejam boas para a economia e que não venham bulir com a ordem, serão reconhecidos.

O Sr. Procópio de,Freitas reparou em eu dizer que vamos a caminhar para a esquerda.

V. Ex.a não receie que eu vá invadir p seu terreno.

Risos.

Nem de longe me passou essa idea, e eu não sou político de andar a fazer pror paganda, porque eu sei alguma história... Eu explico.

No tempo da monarquia houve um Presidente do Ministério que arranjou um Ministro, então do Reino, que causou sensação entre os seus correligionários.

Todos se preparavam mais ou menos para o lugar e o Presidente tinha escolhido uma criatura alheia a todas estas cousas que se dizem nas câmaras e antecâmaras.

Ninguém se atrevia a preguntar porque tinha sido aquela escolha, até que um mais ousado fez a pregunta.

S. Ex.a respondeu a sorrir:

«Porque sabe muita história».

Risos.

Eu sei alguma história ...

O que eu digo a V. Ex.a é que pode estar descansado que eu não lhe invado o seu lugar, porque, como militar, sou disciplinado.

O Sr. Procópio de Freitas: -r Não é por V. Ex.a, é por uma facção do seu partido que anda a fazer uma propaganda radical por toda a parte, como se fosse dç meu partido.

Protestos da maioria.

Trocam-se apartes.

O Orador: — O que vaje ó que a Nação já não os acredita.

Protest08} o ruído aumenta.

O. Orador:-r-Tenho de responder ao ilustre leader nacionalista.

Eu não vim aqui desempenhar uma missão por ordem duma facção do meu partido... (Apoiados das esquerdas}, eu estou aqui porque tenho todo o partido atrás de mim.

Muitas apoiados das esquerdas.

Referiu-se S. Ex.a ao empréstimo de Moçambique.

Não tenho conhecimento, até este momento, de que tenha fracassado esse empréstimo.