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Diário das Sessões do Senado

tuação de equilíbrio em que o admirámos.

S. Ex.a tinha um ultimatum de uma das facções da sua maioria, qual era que teria o seu voto se S. Ex.a continuasse a obra do (Governo anterior, e como S. Ex.a sabe que isso produziria no país um verdadeiro pânico, achava-se na contingência ou de perder o apoio de uma parte da sua maioria ou de perder o apoio do país.

Uma grande habilidade; dizer no seu discurso que continuaria a obra do Governo anterior mas que não á seguiria passo a passo.

Não sei se isso será bastante para que não sinta abalada a sua maioria.

Esta já se ressentiu; Surgiu a questão 'dós governadores civis qiife ao país nada interessa.

S. Ex.a disse e disse bem: nas questões financeiras graves é possível que sé hesite perante certas determinações a tomar; uma vez j porém, tomadas não sé podem estar a alterar todos os dias.

Evidentemente não pode o Partido Nacionalista exigir de S; Ex;a que amanhã, fosse revogar os decretos que reduziram os juros da dívida externa ou que reduziram os juros de 6 l/í por cento; não era possível fazer-se essa exigência. Mas o que nós lhe pedimos, e que S. Ex.a tem de fazer e o Sr; Ministro das Finanças tem de procurar remediar^ é acudir à situação de descalabro e descrédito criados ao Pais por esses dedretos;

Eu tive ocasião de preguntar} há dois ou .três dias, se era verdade que tivesse fracassado o empréstimo para Moçaclbi-que.

Se ele fracassou deve ser devido às causas da influência destes decretos e aí tem S. Ex.a um desgraçado sintoma das consequências dessa detestável política, tanto mais detestável quanto não era necessária.

O acréscimo das receitas das novas leis tributárias; os resultados que traria a lei do selo, uma sensata compressão de despesas e o aumento de receitas provenientes por exemplo do contrato dos Ta^ baços e outras .operações deste género, poderiam ter conseguido uma marcha rápida para o equilíbrio orçamentai, sem necessidade de recorrer a essa desgraçada política que tam perniciosos resultados

tem trazido pára o nosso país e para ò nosso crédito.

Nas outras questões de ordem política não demonstrou S. Ex.a menos habilidade; a respeito da questão religiosa expôs S. Ex.a os bons e sãos princípios de respeito por todas as religiões, sendo até S. Ex.a apoiado por todo q Senado.

Mas, Sr. Presidente, está pendente da outra Câmara lima proposta para á revogação dum decreto que modificou na Lei da Separação aquelas disposições que mais tinha levantado a consciência dos católicos e uma grandti parte do País.

S; Ex;a nada disse sobre o que pensava á respeito da aprovação ou rejeição dessa proposta, e eu, o]ue sou uma pessoa discreta, respeito o seu silêncio ; não insistirei por agora, certo que daqui a, algum tempo hei-de ter o prazer de ouvir Si Ex.a sobre o casoj

Quanto às afirmações de S; Ex:a, a respeito da marcha para a esquerda^ também estamos de acordei; no discurso que aqui pronunciei, disse a S. Ex.a que nesse caminho nos encontraremos.

Tudo quanto seja melhorar as condições dê vida das classes menos protegidas, reformas operárias5 alargamento da lei dos acidentes de trabalho^ difusão do ensino, de modo que todas as classes da sociedade .possam participar no Governo, e na administração do Estado, nesse caminho encontrar-ine há V: Ex.a e na vanguarda de todos;

Sr. Presidente i apresentaram-se várias moções, mas o Partido Nacionalista, que já vincou a sua situação política em face do Governo^ dispensòu-se de aqui o fazer .

Nós não podemos apoiar um Governo que saiu duma maioria que nos foi sempre adversa.

Uma voz t — Nem sempre; Pelo menos durante 28 dias.

O Orador: —É melhor não falar nesse atribulado apoio de 28 dias. Não faiemos nisso;,