O texto apresentado é obtido de forma automática, não levando em conta elementos gráficos e podendo conter erros. Se encontrar algum erro, por favor informe os serviços através da página de contactos.
Não foi possivel carregar a página pretendida. Reportar Erro

Sessão âe 30 de Julho de 1924

5

Mas, Sr. Presidente, se alguma atitude há a estranhar é a do Sr. Pereira Osório, que recebeu em nome do Partido Republicano Português o Governo do Sr. Rodrigues Gaspar, e lhe fez um ataque mais violento que nenhuma das oposições.

Muitos apoiados.

Se alguma atitude há a estranhar ó, repito, a do Sr. Pereira Osório, que não soube conciliar-se com a atitude que tinha avocado a .si, ou que lhe tinha sido indicada.

E nem mesmo, Sr. Presidente, elogiei o Sr. Rodrigues Gaspar, como ainda hoje o não elogio, nem nunca elogiarei, porque S. Ex.a não merece os meus elogios, como os não merece de nenhum republicano sincero e combativo, como os não poderia merecer duma pessoa que se tem altamente sacrificado pela política republicana, como o Sr. Pereira Osório.

As conveniências políticas, e sobretudo as partidárias, levam muitas vezes pessoas que se dizem representar o sentir dum Partido a tomar atitudes tam estranhas como aquelas a que muitas vezes assistimos.

Mas, Sr. Presidente, os meus elogios foram absolutamente individuais, porque não poderia deixar de significar que individualmente as pessoas que compõem o Governo do Sr. Rodrigues Gaspar merecem toda a nossa consideração.

Mas tive também o cuidado de não fazer referências ao Sr. Rodrigues Gaspar como Ministro da Agricultura interino, e de hostilizar tanto quanto podia a Presidência do Governo.

Agradeço ao Sr. Pereira Osório uma parte das suas explicações, que me satisfizeram, mas tenho a dizer a V. Ex.a que só por ironia poderia pensar que ou me tivesse desinteressado da minha moção.

S. Ex.a sabe que desde o primeiro momento a minha atitude foi de absoluta hostilidade ao Governo, e esta hostilidade hei-de mante-la, desafiando todas as conveniências partidárias ou políticas.

O orador não reviu.

O Sr. Pereira Osório : —Sr. Presidente: ontem, se • a hora não fosse tam adian-tada, teria pofiiclo a palavra antes de falar pela última vez o Sr: Presidente do Ministério, pyra me referir a uma atoarda

que 'corre, de que fui eu quem mais atacou o Governo.

Se se chama ao que eu disse ataque, francamente, sinto-me cheio de orgulho e vaidade por ter feito esse ataque.

Em lembrar a vários Srs. Ministros questões que estão pendentes, que interessam a opinião pública e todos nós desejamos ardentemente ver solucionadas.

E tanto isso era um ataque ao Governo e ele o considerou como tal, que vejo com prazer que a maior parte desses Srs. Ministros, a quem lembrei esses vários incidentes, já têm tratado deles, estando alguns já resolvidos.

Falei ao Sr. Ministro das Colónias para extinguir as duas agências de Angola, e já estão extintas.

Referi-me ao Lazareto. Sei que o Sr. Ministro do Trabalho trata já de liquidar o assunto e aproveitar esse edifício.

Sei que o mesmo procura fazer o Sr. Ministro do Cçmércio com respeito às sindicâncias aos Transportes Marítimos e à Exposição do Rio de Janeiro.

Eu só lembrei que se vai prolongando por tempo indefinido a solução de casos que era absolutamente necessário resolver, para satisfação da opinião pública.

Não podia acusar Ministros que nunca tinham intervindo nos assuntos em questão.

S. Ex.as tanto acharam mau o que eu lhes disse que procuraram dentro do possível solucionar os assuntos a que eu me referi.

Acerca do que S. Ex.a disse, devo dizer que não só não houve o propósito de melindrar S. Ex.a. como não se quis exercer uma represália por S. Ex.a ter feito o que fez depois do leader do seu Partido ter manifestado a opinião do mesmo Partido, atirando por assim dizer à Camará com a sua moção.

O Sr. Ribeiro de Melo:—^V. Ex.a dá--me licença?

Aqui não se dá o caso do ralharem as comadres e descobrirein-se as verdades, porque não sou comadre, mas apenas um recruta do Partido.