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tiessão de l de Agosto de 192Í

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Em outras questões teve de intervir a delegação portuguesa. Assim, numa questão de troca de acordos comerciais e internacionais estava inscrita uma disposição que propunha que se fizesse igualmente a troca livre da mão de obra entre os diferentes países.

O Sr. Ernesto % Navarro propôs uma emenda a essa conclusão prevenindo realmente a nossa.

Também quanto à emigração e à possibilidade que nós temos, eventualmente, de promulgar medidas restritivas que se julgassem convenientes, e ficar por conseguinte com a liberdade e o direito de o fazer, fomos bem sucedidos.

A delegação brasileira opôs-se quanto pôde a que essa emenda fosse aprovada e compreende-se. Interessava-lho que essa disposição ficasse livre, mas a conferência votou a emenda do Sr. Ernesto Navarro, e ainda dessa vez nós conseguimos o que desejávamos.

Interviemos também na discussão da tese referente a produtos alimentares, conciliando .os pontos de vista que estavam divergentes, e finalmente tive que defender um relatório que a conferência me havia encarregado de fazer.

Esse relatório era a tese referente às relações da conferência com a Sociedade das Nações.

V. Ex.as sabem a importância crescente que está tendo a Sociedade das Nações, que é constituída por representantes dos governos, por conseguinte os Poderes Executivos de todo o mundo.

A Conferência parlamentar pelo contrário é representante de parlamentos, na parte comercial bom entendido.

Há evidentemente toda a vantagem em que as duas instituições, uma proveniente dos governos, outra emanada dos parlamentos, se associem e tenham as melhores relações para que as questões a versar, e que interessam a todo o mundo sejam simultaneamente apoiadas pelos representantes do parlamento, e pelos representantes dos governos.

Além de que a Conferência Parlamentar de Comércio tem hoje um Instituto sob a sua dependência: é o Instituto Internacional de Comércio .que tem uma publicação, o seu Boletim, que é a mais interessante .publicação estatística de comércio que hoje se publica no mundo, ó

mesmo de todas as publicações de estatística comercial a única que publica uma estatística de matérias primas.

A Sociedade das Nações publica também um Boletim estatístico mas de importância muito inferior à do Boletim do Instituto Internacional de Comércio.

Haveria portanto uma decidida vantagem de aproveitar os serviços daquele Instituto.

Neste sentido formulei a minha tese que teve a hcmra de ser aprovada por unanimidade em sessão do Conselho Geral, e aprovada depois em sessão plena, sendo considerada como a tese mais importante deste ano em' relação ao futuro da Conferência, tendo-me o Presidente da Conferência conferido a honra de proceder às negociações necessárias para que o entendimento entre a Conferência e a Sociedade das Nações seja o mais estreito possível.

Aqui têm V. Ex.as em breves palavras qual foi este ano a missão da nossa delegação.

Devo dizer que esta foi tratada com significativas provas de deferência.

Assim, no banquete da Conferência que foi presidido, pelo Príncipe Herdeiro da Bélgica, em que estavam presentes o Governo, o corpo diplomático, altos funcionários da Bélgica, e que foi a festa principal do Conferência, foi o delegado português, o encarregado de responder ao discurso do Presidente do Conselho da Bélgica.

Refiro-me a esta circunstância, não porque isso represente uma deferência pessoal, mas porque é evidentemente uma deferência que recaiu sobre o nosso País,, e que eu desejo que fique consignada.

Sr. Presidente: apesar de se terem dado estes factos, apesar de nós termos realmente nessa Conferência uma situação interessante, .apesar de a Conferência Inter-parlamentar de Comércio estar ganhando sucessivamente em importância e em valor, não deixa de haver críticos que se lançam sobre ela.