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Diário das Sessões do Senado

Quando cheguei ao Ministério da Agricultura encontrei uma avalanche de queixas e impropérios contra o Comissariado.,

É minha norma não me deixar demover pelo alarido produzido; tenho de estudar o assunto com um bocado de prudência para que os meas esforços possam ser benéficos.

Tomando em toda a consideração as afirmações-de S. Ex.a, vou imediatamente chamar a atenção do Sr. Comissário dos Abastecimentos para os factos apontados, dando as instruções mais severas para qne os armazéns sejam de facto aquele instrumento que devem ser, relativamente ao rigor do peso. Pode isso fazer-se sem intenção. Há muita gente a servir e os invólucros são pesados.

Transmitirei, porém, ao Sr. Comissário dos Abastecimentos o facto, para que se possa agir no sentido desejado.

O ilustre Senador pediu-me para que levasse um lenitivo aos lares necessitados por virtude da carestia da vida.

Devo dizer que farei tudo quanto em mim caiba, para que se dêem ao problema -as soluções que ele possa ter e que podem não ser de decretos ou portarias, mas de bom senso, de medidas tendentes a facilitar a circulação, o transporte de mercadorias com o menor ónus possível até o lugar do consumo e acudindo à produção; mas isto sempre na intençíio de não praticar actos que sejam contraproducentes.

Hei-de escjarecer-me com o próprio Sr. Comissário, porque às vezes pode dizer-se- as cousas com malévolas intenções.

Compreende bem o ilustre Senador qual é o melindre da situação.

Muitas conferências tenho já tido sobre diversos assuntos, mas não posso perder o contacto com os fenómenos, para que não resulte uma situação, quo seria caótica e donde adviria um prejuízo maior do que de possíveis erros. . Tenho dito.

O orador não reviu.

O Sr. Costa Júnior : — Sr. Presidente: pedi a palavra a fim de chamar a atenção do Sr. Ministro da Agricultura "para vários assuntos, mas primeiramente direi a S. Ex.a que só tenho que felicitar o Sr. Comissário dos Abastecimentos.

Fiz em tempos aqui uma reclamação e. tendo analisado todos os documentos, vi que estava tudo em ordem.

Tenho, pois, da acção do Sr. Comissário dos Abastecimentos a melhor das impressões.

Ora, é preciso saber-se que os indivíduos qne vendem uas feiras livres, como eu vi, vendem os géneros por preços mais elevados ainda do que os da Praça da Figueira.

Chamo a atenção de S. Ex.a para um íacto que se 'deu comigo.

Passando pela feira livre da Graça, preguntei o preço de vários géneros.

O feijão verde era vendido por l $20 e na Praça da Figueira estava sendo vendido por $80. isto é, havia uma diferença de $40 a mais do que na Praça da Figueira.

Preguntei o preço de vários outros géneros e havia uma diferença de {§20 e $30 a rã ais.

Estavam ria feira da Graça 17 carroças em que vinham indivíduos de fora, e em todas essas carroças se vendia mais caro que na Praça da Figueira.

Fui depois à feira do Kato, mas aí a diferença era mais insignificante.

Agora chamo também a atenção para outro assunto, sobre o qual tenciono fazer uma interpelação a S. Ex.a, quando vir que S. Ex.a tem conhecimento do mecanismo do seu Ministério, sobre o trigo e o p£,o, porque a panificação não está cumprindo com os diagramas estabelecidos pela lei.

No pão de segunda estão misturando substâncias panificáveis, é verdade, mas que lhe dá um mau gosto.

E o pão de primeira já não é fabricado com aquela percentagem de farinha de trigo que a lei determina.

A Panificação, de acordo com a Moagem, tem já moagens suas, quere dizer, está-se constituindo um monopólio entre eles, fornecendo o pão de segunda intragável, porque querem assim dar ensejo a um novo aumento de preço do pão. .