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Diário das Sessões ao Senado

Dada a falta de escudos'actual --é facto conhecido rarearem no mercado — £ onde vai a Caixa Geral de Depósitos buscar os 600:000 contos necessários para a compra imediata a não ser que o Banco de Portugal aN.toda a pressa as vá estampar? v

Não estou convencido, apesar da opinião geral em contrário, de ser devida a desvalorização da moeda portuguesa ao excesso de circulação fiduciária.

Já tive ocasião de insistentemente o sustentar diante de um anterior Ministro, •embora não possua elementos pormenorizados para afirmar o contrário, e muito sinceramente lho disse.

Estou convencido de que se alguma influência tem o aumento da circulação fiduciária, ela é tam mínima que não vale a pena pensar em tal.

E, contudo, ainda hoje num jornal vi que o aumento da circulação fiduciária, embora sobrepticiamente, nos últimos tempos é de cerca de 196:000 contos.

Ora, estando a moeda ^desvalorizada 36 vezes, e tendo a monarquia deixado uma circulação fiduciária que era de 60:000 contos, pouco mais ou menos, isáo não confirma o. argumento, a circulação fiduciária conservando esse equilíbrio dos saudosos tempos em que a libra valia 4:500, poderia ir sem. falta de lógica a cerca de 2.100.000 contos.

Estamos em 1.600:000 contos, estamos pois muito abaixo, dessa relação.

E mais uma ocasião pare, dizer daqui que não acredito na influência do aumento da circulação fiduciária no desequili-brio actual da nossa moeda. E se a Caixa Geral de Depósitos quere entregar 600:000 contos para a compra de quatro milhões de libras esterlinas de títulos, melhor seria a Caixa atirar com esse papel para o mercado, remediando a situação aflitiva em que está o comércio a situação agó-nica de algumas indústrias, a situação difícil da lavoura e a situação incómoda dos pertugaeses.

Nos sítios em que se traíam os negócios de câmbios e de fundos a situação é muito apertada; ainda um dia destes vi pacotes de recibos de divida de companhias poderosas nas, mãos dos cobradores, pedindo demora de 15 dias porque não tinham dinheiro em caixa em quantidade saficiente.

Garanto a veracidade deste facto.

O principal factor, não deve ser tanto a falta de numerário, mas antes a desconfiança absoluta em tudo: nos Bancos 0 no Estado sobretudo.

Mas a campainha começa á impacientar-se; diz-me que terminou o tempo, não quero ser desagradável ao Sr. Presidente e termino.

O Sr.' Ministro das Colónias (Bulhão

Pato): — Sr. Presidente : pedi a palavra para declarar ao ilustre Senador Sr. Oriol Pena que o Sr. Ministro das Finanças não compareceu aqui porque está empenhado num debate na outra casa do Parlamento e o pouco tempo que tem livre ó para tratar de assuntos que correm pelo seu Ministério.

Não é por menos consideração para com V. Es.a que ele aqui não está. /Estou certo que S. Ex.a logo que pos^a virá aqui dissipar as dúvidas que pairam no espírito de V. Ex.£L sobre este Assunto.

Nada mais posso dizer a V. Ex.a porque se trata dum caso muito particular. V. Ex.a decerto me desculpará não ir mais além! Não tenho elementos para o fazer.

O Sr. Aragão e Brito (para um requerimento):— Sr. Presidente: .pedia a V. Ex.a que consultasse o Senado sobre se permite que na primeira parte da ordem do dia entre em discussão a proposta que concede a amarração do cabo submarino na ilha do Faial.

Posto à votação, foi aprovado.

O Sr. Afonso de Lemos (para explicações) : — O Senado, e não só o Senado, mas o Parlamento, está sofrendo agora as consequências de não. ter tomado na devida consideração a moção que aqui apresentei quando foi posta à discussão a "proposta de autorizações ao Gevêrnq.