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Diário das Sessões ao Senado

O Sr. Ribeiro de Melo: — Sr. Presidente : em virtude dos resultados da sessão de ontem, a lealdade política obriga-me a fazer uma declaração do Senado.

A minha declaração é de que repudio todos os actos praticados pelo Partido Democrático, do resultado da eleição do Alto Comissário de Angola, e como me sinto mal dentro do Partido Eepublicano Português, embora ali tenha amizades de muitos anos e tenha nos elementos do Partido Eepublicano -Português uma afinidade de princípios e sentimentos republicanos, não posso deixar do fazer a declaração de que abandono o Partido Eepublicano Português.

Eu que fui um dos fundadoreg desse partido, que no Brasil mandei ao meu ilustre colega Sr. Artur. Costa uma carta para S. Ex.a me inscrever, para me filiar no Partido Eepublicano Português, porque julgava que esse Partido fosse o partido mais liberal da Eepública, aquele que melhor satisfazia às aspirações dos republicanos.

Sr. Presidente: não tem culpa o Partido Eepublicano Português de ser desrespeitado por aquelas pessoas que o têm representado nos últimos anos na governação pública, e como não quero ser censurado pela opinião pública, sobretudo por aqueles que são republicanos de sempre, pelo facto de estar filiado num partido que é cúmplice de todos os erros cometidos na administração republicana, eu declaro que prefiro morrer como republicano, mas não quero, nem desejo morrer filiado no Partido Eepublicano Português, perque não tem sabido respeitar o son programa, em que não tem feito uma administração honesta como era para desejar.

Nestes termos dou as minhas despedidas bem sentidas a todos os correligionários onde encontro grandes amigos. Para eles as minhas saudações.

O orador não reviu.

O 3r. Gaspar de Lemos: — Mando para a Mesa um projecto de lei.

Há bocado não votei um requerimento relativo à introdução na ordem do dia, de um projecto de lei, porque quem marca as ordens do dia é V. Ex.a, e o Senado não deve, sem correr o risco de me-

lindrar a presidência, intervir na alteração dessa ordem.

Eu por circunstâncias de cargo já tive ocasião de ocupar esse lugar, e tive en-ensejo de observar as dificuldades que há para acatar os requerimentos que chovem de todos os lados sobre alterações de ordem do dia, compreendo que um Senador se dirija a V. Ex.a e peça que certo projecto seja marcado em tal ordem, mas o critério de V. Ex.a é que'devo dizer se deve ou não aceitar tal solicitação.

Quero congratular-me com a eleição de Alto Comissário para Angola do Sr. Eê-go Chaves; é um homem de absoluta honestidade, de grande competência e de grande fé republicana.

O orador não reviu.

O Sr. Procópio cde Freitas para interrogar a"Mesa): —,; Quais são os projectos que estão para 'a ordem do dia ?

O Sr. Presidente:: — O primeiro é o n.° 681.

O Sr. Procópio de Freitas: — Perfeitamente. É esse o primeiro que só tem para discutir.

Não deve ser alterada a ordem do dia.

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O Sr. Pereira Osório: — Foi com espanto que ou ouvi as declarações do Sr. Eibeiro de Melo, e igual espanto devia ter havido em todos os lados da Câmara por 'S. Ex.a trazer para aqui assuntos que são unicamente da vida íntima dos partidos.

Não vou responder a S. Ex.a, o que teria a dizer reservo-me para o 'declarar na devida oportunidade.

Apenas protesto contra a afirmação que o Sr. Eibeiro de Melo fez a respeito de actos praticados pelo partido a que pertenço, por ser uma afirmação menos justa; estranhando que S. Ex.a até agora tenha pertencido a um partido que lhe mereceu uma classificação tain extraordinária,