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Diário d»8 Sessões do Senado

de carácter e inteligência, mas devo dizer que poucas ocasiões tem tido como nesta para demonstrar essas levantadas qualidades."

Se as dificuldades todas não estão vencidas — não me pertence a rnim dizê-lo— não é decerto por que o Sr. António Fonseca não tenha usado de todos os esforços, porfiadamente e inteligentemente utilizados.

Sr. Presidente: ó também de justiça dizer que, se alguma cousa se tem obtido nae conferências, não se deve isso ao- presidente da delegação, e às suas modestas qualidades? mas a valiosa colaboração que lhe tem sido prestada pelos Si s. Herculano Galhardo e Ernesto Navarro.

Ainda por ocasião da última conferencia tive eu, conjuntamente com o Sr« Herculano Galhardo, ocasião de defender princípios que era indispensável que se defendessem, sobretudo por parte de quem preza são direitos das democracias.

São tudo questões que me parecem de alta importância para o País,.e é lamentável que muitas vezes isto não seja compreendido, olhándo-se apenas à despesa a fazer com a nossa representação nessas conferências, que é insignificante, e que não se preste a devida justiça., aos nossos representantes.

Felizmente no Senado tem-s? feito sempre justiça.

Ê Também de lamentar que a nossa representação não se faça tal como devia ser feita»

fóu bem sei que não é pôr culpa do Sr. Ministro dos Negócios Estrangeiros, mas a verdade é que a nossa representação nas diversas conferências não tem sido aquela que devia ser, sucedendo até Portugal estar ausente de conferencias de alta importância.

Portugal tem por exemplo estado ausente das conferências do Bureau International du Travail.

A Sociedade das Nações compõe-se de três secções: do Secretariado com todas as suas secções anexas, do Bureau International du Travail e do Tribunal Internacional de Haia.

Temos estado representados na assein-

•u.ea geral da Sociedade das Nações, mas

n s conferências do Bureau loternaíio-jal

ja Travail em que se debatem assuntos

a mais alta-importância económica Por-

tugal tem estado representado apenas, muito bem certamente,, pelo nosso Ministro em Berna, mas com uma ausência absoluta de representação técnica, o que é de graves inconvenientes para o nosso país e que amanhã nos pode trazer graves, complicações.

Seria utilíssimo que se reconhecesse que Portugal não pode estar ausente destas conferências internacionais e que1 nelas deve ter representação equivalente à sua situação internacional»

Não basta apenas Portugal fazer-se representar; tem de o fazer da mesma maneira em que o fazem os outros países nas nossas condições. •

Eu tenho a certeza que o Sr. Ministro dos Negócios Estrangeiros procurará tanto quanto, possível ter em conta todas estas questões.

Bem sei que por vezes vem a questão económica sobrepor-se a todas as outras, mas no em tanto estou confiado que S. Ex.a envidará todos os seus esforços para que dentro das disponibilidades aproveitáveis tudo se faça o melhor possível.

O Sr. Ministro dos Negócios Estrangeiros (Vitorino Godinho): — Sr. Presidente: bem avisado andou o Sr. Herculano Galhardo por, na primeira sessão da reabertura do Parlamento, trazer as suas impressões optimistas sobre o que tem sido a nossa representação lá fora, e principalmente os resultados obtidos pela comissão de que S. Ex.a fez parte.

Entendo que todas as ocasiões devem ser aproveitadas para contrabalançar um pouco e contra-atacar no sentido de destruir até certo ponto esta campanha que tem sido feita contra o envio de representantes e delegados a certas missões no estrangeiro.

Até no próprio Parlamento se tem advogado a política do isolamento.

Eu sou absolutamente contrário a essa política.'

Apoiados.