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•Sessão de 4 de Novembro de 1924

Nós, 'em virtude desta política chamada do «isolamento» e°em virtude de um descrédito, a meu ver descabido, em que têm caído certas missões que foram ao estrangeiro, temos procurado restringir exage-radamente o número destas missões e a sua composição.

Creio que se tem procedido erradamente.

Bem fez portanto o Sr. Herculano Galhardo, secundado depois pelo Sr. Augusto de Vasconcelos, em chamar a atenção :do Senado para este ponto.

Todavia surge 'a ocasião de arripiar-mos um pouco caminho na política que temos vindo seguindo.

Estas comissões ou missões que são enviadas ao estrangeiro, se efectivamente representam uma pequena despesa, é certo que na maior parte dos casos, senão na totalidade, elas trazem para o País benefícios, que são inquestionavelmente compensadores da despesa que porventura eles venham a fazer.

Ainda ultimamente na 5.a Assemblea da Sociedade das Nações, não só sob o ponto de vista político, mas até sob o ponto de vista financeiro, foi interessante, e é. importante o benefício que a nossa missão em Génova consegui para o nosso País, e esse benefício deve-se especialmente à acção do Sr. Augusto de Vasconcelos, que como presidente da comissão de .finanças da Sociedade das Nações conseguiu obter para o nosso País uma redução importante na sua cota a pagar para o futuro.

Particularmente, voltando a íalar desta Conferência Parlamentar Internacional de Comércio, foi com a maior atenção e com grande prazer que eu vi o auxílio que esta comissão pôde prestar aos trabalhos que, com bastante inteligência e patriotismo, o nosso Ministro em Paris está desenvolvendo para a realização do acordo comercial com a França.

Disse muito bem o Sr. Herculauo Galhardo, que não só o Sr. «Chaumet», grande amigo de Portuga], conseguiu avivar a questão e chamar a atenção do Governo francês para certos pontos que são delicados, mas ainda o Sr. Augusto de Vasconcelos, numa posição que, mais favoravelmente para ele e mais facilmente se lhe permitia dizer certas verdades, que o

Sr. António da Fonseca, na sua situação especial, ali não podia dizer, prestaram inquestionavelmente um alto serviço.

Eu estou certo que o que se passou nessa comissão e o que se passou no banquete deve ter influído poderosamente junto do Governo francês para que as negociações se activem e se chegue a um resultado mais satisfatório do que aquele que a simples acção, embora muito inteligente, muito dedicada, muito patriótica, do nosso Ministro podia só por si ter cons*eguido.

Eu não tenho dúvida nenhuma em declarar, e faço-o com grande prazer, que a acção do Sr. António da Fonseca em Paris, em todos os casos e na emergência especial do acordo, tem sido de moldo a dar contentamento ao Governo, tem seguido e interpretado "inteligentemente as instruções que lhe têm sido dadas.

É de esperar que dentro em muito pouco tempo tenhamos chegado a uma conclusão que toda a gente espera com ansiedade e que todos legitimamente querem ver chegar.

Sr. Presidente: eu felicito-me, portanto, pelo Sr. Herculano Galhardo ter levantado estão questão e em nome do Governo dirijo a S. Ex.as as minhas felicitações pelo brilhante resultado que conseguiram nesta conferência, e mais uma vez peço ao Senado que atente na necessidade de modificarmos a nossa política que tem sido quási de isolamento, e no que se refere a esta Conferência Parlamentar Internacional do Comércio, recordando que ela é uma representação legal do Parlamento, deve no Orçamento consignar-se a respectiva verba para que a missão possa ir lá fora em condições desafogadas, embora com bastante economia, sem ser preciso estar a mendigar aos outros Ministérios os fundos necessários para ela partir para o estrangeiro.

O orador não reviu.

O Sr. Presidente: — A próxima sessão ó amanhã à hora regimental, com a seguinta ordem do dia:

Projoctos de lei n.os 352, 502, 575, 559 e 689.

Está encerrada a sessão.

Eram 19 horas e 16 minutos.