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Sessão de õ âe Novembro de 1924

dizendo que o Ministro da Justiça, que tam humildemente ocupa este lugar, não descurou este assunto.

Creia Vo Ex0a que trabalhei no sentido indicado pela Constituirão, e estou certo que V» Ex.a, depois destas indicações, me fará completa justiça, da maneira como procedi em nome do Governo. V. Ex.a foi injusto para com o Governo, com as insinuações que fez.

De rosto, Sr. Presidente, eu devo ainda referir-me à questão de Fátima.

Não posso dizer francamente a V. Ex.a quais as razões que motivaram a proibição da perigriuação a Fátima; mas quero crer, que estando entregue ao governador civil a guarda da ordem pública, essa autoridade penssasse que a ordem pública pudesse ser alterada com essa manifestação.

Procedeu bem? Procedeu mal?

Eu devo dizer, emquanto não tiver provas, que procedeu conforme as circunstâncias.

O Sr*. Costa Júnior (em aparte): — V. Ex.a dá me licença?

Tom-^e feito também uma exploração grande com a liquidação dos bens religiosos; há artigos que até têm desaparecido.

Tenciono requerer à Câmara para que se faça um inquérito rigoroso.

r:—Devo já assegurar a V. Ex.a que os objectos reconhecidos como obras de arte foram entregues aos museus»

O Sr. Costa Júnior (em aparte]: — Diz--se também que há no MUSHU de Arte Antiga muitíssimos objectos que estão encaixotados e não estão expostos ao público, estando também a deteriorar se. • Panos de veludo foram cortados para forrar cadeiras e outros móveis.

É portanto necessário fazer-se um inquérito.

O Orador: — Com a melhor vontade acompanharei V. Ex.a porque se trata duma obra justa.

O orador não reviu,

O Sr. Dias de Andrade: — Sr. Presidente: felicito-me a mim próprio por as

mi..hás considerações terem provocado a declaração quu acaba do fazer o íSr. Ministro da Justiça, declaração que eu registo com muito prazer.

Eu veiitiquei que íS. Ex.% a cujo carácter presto a minha homenagem, entendeu que assim fazia justiça, simplesmente e mais nada.

Sabia particularmente, mas não tinha informação oficial, que iS. Ex.a tiuha empregado os seus melhores esforços no sentido de serem respeitados os direitos dos católicos.

S. Ex.a acaba de fazer a informação positiva, como também em nome do

Assim entende-se: fecha-se uma mas é aberta outra ao público; as necessidades do culto pudem satisfazer-se assim,,

Como disse e repito, agradeço ao Sr. Ministro da Justiça as declarações que acaba de fazer o que eu.registei com muito prazer.

Com relação à peregrinação a Fátima, deixe-me V. Ex.a dizer que estou absolu-.tamepte convencido que a iniciatixa dessa proibição não partiu do Sr. Presidente do Ministério nem do Sr. Ministro do Interior, e digo isto, nào por ter qualquer informação, mas o que tuuho é muita consideração pelo Sr. Rodrigues Gaspar. S. Ex.a não é um faccioso e S. I£x.a compreende muito bom que não é com actos desta natureza, que representam uma violência, que resultam em desprestígio para o Estado, porque a peregrinação realizou--se, que se prestigia o País.

Foi para lá uma força do 20 ou 30 sol-. dados de cavalaria quê se juntaram, por fim, aos peregrinos.

Não é, repito, com actos desta ordem que se prestigia o regime; foi absolutamente dentro da ordem e da lei que a peregrinação se fez.

Julgo que o dever do Governo seria apenas enviar para o local próprio uma força para manter a ordem, só alguém a perturbasse. Agora proibir-se a peregrinação, enviando-se até nesse sentido um ofício, não me parece razoável.

Creio, é certo, que a iniciativa da proibição não partiu do Governo.

Tenho dito."